Estudo de fase 1 demonstrou três respostas parciais confirmadas e 13 doenças estáveis
Dr. Fernando Santini, oncologista clínico do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, comenta estudo de fase 2 apresentado no ASCO 2020 Virtual Annual Meeting que avaliou o AMG 510, um novo inibidor específico e irreversível do KRASG12C, em pacientes com tumores sólidos avançados, exceto câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC) e câncer colorretal (CCR).
Os critérios de inclusão foram: mutação KRAS p.G12C e tratamento anticâncer sistêmico prévio. As doses diárias orais de 180, 360, 720 e 960 mg foram testadas e 960 mg foi a dose selecionada para expansão.
O desfecho primário foi segurança. Os principais desfechos secundários incluem farmacocinética e taxa de resposta objetiva, conforme avaliado pelo RECIST 1.1. A resposta foi avaliada a cada 6 semanas por 24 semanas e depois a cada 12 semanas.
Um total de 25 pacientes (9 mulheres; idade média de 60 anos, intervalo: 40–75) com tipos de histológicos classificados pelos pesquisadores como não CPNPC e não CCR foram registrados: 10 cânceres de pâncreas, 4 de apêndice, 2 endometriais, 2 primários desconhecidos, 1 do ducto biliar, 1 sinonasal, 1 ampular, 1 intestino delgado, 1 melanoma, 1 câncer de pulmão de pequenas células e 1 de esôfago.
Ao todo 23 pacientes receberam 960 mg de dose. 20 pacientes (80,0%) tinham sido tratados por ≥2 linhas antineoplásicas prévias. Na data de análise dos dados, 13 pacientes (52,0%) permaneceram em uso de AMG 510, sendo 9 (36,0%) e 3 (12,0%) deles por ≥3 e ≥6 meses, respectivamente. O acompanhamento médio foi de 4,3 meses (intervalo: 0,1–12,6).
Eventos adversos relacionados à terapia (EAT) ocorreram em 9 pacientes (36,0%). 2 pacientes (8,0%) apresentaram EAT de grau 3, incluindo diarreia (1/25) e pneumonia (1/25, evento adverso grave). Não foram relatadas toxicidades limitantes de dose, nem grau ≥4 ou EAT fatal. Nenhum EAT levou à descontinuação da terapia.
Três pacientes não foram acompanhados por ≥7 semanas a partir da data de análise dos dados. 22 pacientes foram acompanhados por ≥7 semanas e suas melhores respostas gerais foram: 3 respostas parciais confirmadas (1 apêndice, 1 melanoma e 1 endometrial), 13 doenças estáveis (6 pancreáticas, 2 apendiculares, 1 ampular, 1 ducto biliar, 1 endometrial, 1 sinonasal e 1 primária desconhecida) e 6 doenças em progressão.
O AMG 510 foi bem tolerado e demonstrou atividade clínica em pacientes com tumores sólidos avançados não CNPCP e CCR com mutação em KRAS p.G12C.
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Referência:
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 3511). DOI:10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.3511
https://meetinglibrary.asco.org/record/185094/abstract
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