Prevalência e associação de ARID1A em alterações driver e em biomarcadores de inibidores correceptores imunes em pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células - Oncologia Brasil

Prevalência e associação de ARID1A em alterações driver e em biomarcadores de inibidores correceptores imunes em pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células

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Dados recentes sugerem que o gene supressor tumoral ARID1A está associado à alta imunidade antitumoral e pode ser um biomarcador preditivo de resposta à imunoterapia no CPNPC

Dados recentes que examinaram as alterações de ARID1A em DNA tumoral circulante (ctDNA) de uma grande coorte de pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células avançado (CPNPCm) foram apresentados virtualmente durante o ASCO 2020 Annual Meeting. Neste estudo foi utilizado ensaio de biópsia líquida para avaliar as alterações de ARID1A relacionadas às alterações ativadoras (drivers) no CPNPCm e a outros biomarcadores de inibidores correceptores imunes (ICIi).

Foram avaliadas amostras consecutivas de pacientes com CPNPC estádio IIIB/IV testados entre março de 2016 a agosto de 2019 utilizando o Guardant360, um ensaio de NGS (next generation sequencing) de ctDNA que avalia 73 a 74 genes. Os testes incluíram análise de variantes de nucleotídeo único, inserções ou deleções, fusões e amplificações (KEAP1 não foi testado). As frequências de mutação foram comparadas utilizando o teste exato de Fisher, com variantes de significado incerto excluídas.

Dos 27.776 pacientes com CPCNP com mais de 1 alteração de ctDNA detectada, 1.094 (3,9%) apresentaram mais de 1 mutação funcional em ARID1A (fARID1A). As mutações em fARID1A foram significativamente mais comuns em pacientes com histologia escamosa em comparação aos adenocarcinomas (5,1% vs 3,8%, p = 0,0007). Houve significativamente menos mutações de deleção em EGFR exon 19 (4,9% vs 11,1%; p <0,0001) e mutações EGFR L858R (4,0% vs 7,0%; p <0,0001) e significativamente mais alterações em BRAF V600E (2,2% vs 1,4%; p = 0,0338) em pacientes com fARID1A. Não houve diferença significativa na frequência de fusões ALK e ROS1, nem nas mutações em STK11 entre os pacientes com e sem fARID1A (8,0% vs 6,8%; p = 0,126). As mutações ativadoras em KRAS foram significativamente mais frequentes em pacientes com fARID1A (31,1% vs 19,4%; p <0,0001), incluindo KRAS G12C (10,9% vs 7,0%; p <0,0001).

Esses dados fornecem mais informações quanto às mutações presentes no CPNPCm. As mutações em fARID1A foram associadas a diversas frequências nas diferentes alterações drivers encontradas no CPNPCm, com particular interesse na coorte EGFR mutado, em que a eficácia dos ICI é baixa. A frequência das mutações em STK11, um possível preditor negativo da eficácia dos ICI, não foi significativamente diferente. As mutações em KRAS foram significativamente mais frequentes em pacientes com fARID1A, o que se mostra bastante relevante diante dos dados recentemente divulgados em que as mutações no KRAS (particularmente KRAS G12C) podem ser um preditor positivo de resposta aos ICIi no CPNPC. A determinação da eficácia dos ICIi em pacientes com fARID1A está em andamento.

Saiba mais:
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 9523). DOI:10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.9523
https://meetinglibrary.asco.org/record/184840/abstract

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