Adição de ipatasertibe ao paclitaxel não confere benefício para pacientes com câncer de mama triplo negativo - Oncologia Brasil

Adição de ipatasertibe ao paclitaxel não confere benefício para pacientes com câncer de mama triplo negativo

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Dr. Gustavo Werutsky, oncologista clínico do Hospital São Lucas da PUCRS, fala sobre os resultados primários da coorte A do estudo fase 3 IPATunity130 (NCT03337724) em pacientes com câncer de mama triplo negativo avançado, irressecável ou metastático. 

 

 

O trabalho – apresentado no 2020 San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS) – foi desenvolvido com base nos dados anteriormente divulgados no ensaio randomizado de fase 2 LOTUS, no qual a adição de ipatasertibe ao paclitaxel (PAC) melhorou a sobrevida livre de progressão (SLP), com um efeito mais pronunciado em pacientes com tumores PIK3CA/AKT1/PTEN alterados. 

O estudo IPATunity130 envolveu 255 pacientes com câncer de mama triplo negativo localmente avançadoirressecável ou metastático cujos tumores abrigavam pelo menos uma alteração em PIK3CA / AKT1 ou PTEN. Os pacientes elegíveis não receberam quimioterapia e foram designados aleatoriamente para receber tratamento com ipatasertibe (IPAT) mais quimioterapia ou placebo mais quimioterapia na proporção 2:1IPAT 400 mg oral ou placebo (PBO) nos dias 1 a 21, ambos combinados com PAC IV 80 mg/m² (dias 1, 8 e 15). Os ciclos foram repetidos a cada 28 dias até a progressão da doença, toxicidade inaceitável ou retirada do paciente. 

O desfecho primário foi sobrevida livre de progressão (SLP) avaliada pelo investigador. Desfechos secundários incluíram sobrevida global (SG; secundário principal), taxa de resposta objetiva (TRO), duração da resposta, taxa de benefício clínico (TBC), resultados relatados pelo paciente e segurança. 

No geral, cerca de metade dos pacientes (51%) tinha mutações ativadoras de PIK3CA / AKT1 e metade (49%) tinha alterações de PTEN. 

Em um acompanhamento médio de 8,3 meses, os pacientes no braço do ipatasertibe tiveram a mesma SLP mediana que aqueles no braço do placebo (7,4 versus 6,1 meses, respectivamente) e risco de progressão da doença (HR 1,02). Os resultados da SG são imaturos (óbitos em 20% dos pacientes). 

A taxa de resposta geral foi semelhante entre os braços (39% para IPAT versus 35% para PBO), assim como a taxa de benefício clínico (47% versus 45%, respectivamente). 

A frequência de eventos adversos graves foi semelhante entre o braço do ipatasertibe e o braço do placebo (19% versus 21%, respectivamente). As reduções de dose devido a eventos adversos foram mais comumente vistas no primeiro braço, do que no segundo (35% versus 14%). Diarreia foi consideravelmente mais comum no braço do ipatasertibe, afetando a maioria dos pacientes. 

Durante a apresentação, a investigadora Rebecca Dent, MD, National Cancer Center, em Singapura, observou que, em contraste com os resultados do LOTUS, o IPATunity130 não apresentou melhora da SLP com a adição de IPAT ao PAC na primeira linha em pacientes com aTNBC alterada por PIK3CA/AKT1/PTEN. As análises de biomarcadores estão em andamento para avaliar os marcadores potenciais do benefício do IPAT. A segurança foi consistente com os resultados relatados anteriormente para esta combinação. 

 

Referência: 

Dent R, et al. Double-blind placebo (PBO)-controlled randomized phase III trial evaluating first-line ipatasertib (IPAT) combined with paclitaxel (PAC) for PIK3CA/AKT1/PTEN-altered locally advanced unresectable or metastatic triple-negative breast cancer (aTNBC): primary results from IPATunity130. Cohort A. Abstract 923. Presented at: 2020 San Antonio Breast Cancer Symposium. 

 

 

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