Imunoviroterapia com HSV-1 G207 oncolítico apresenta resposta tumoral promissora no glioma pediátrico de alto grau - Oncologia Brasil

Imunoviroterapia com HSV-1 G207 oncolítico apresenta resposta tumoral promissora no glioma pediátrico de alto grau

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Os desfechos clínicos em crianças e adolescentes com glioma de alto grau recorrente ou em progressão são ruins. A mediana de sobrevida global é de aproximadamente cinco meses 

Os gliomas pediátricos de alto grau são imunologicamente silenciosos ou “frios”, com poucos linfócitos infiltrantes no microambiente tumoral. Em ensaios pré-clínicos, os tumores cerebrais pediátricos são altamente sensíveis à viroterapia oncolítica com o vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1) G207 geneticamente modificado, que carece de genes essenciais para a replicação no tecido cerebral normal. Publicado no periódico The New England Journal of Medicineum ensaio clínico de fase I do G207, utilizou o desenho 3 + 3 com coortes de quatro doses para o tratamento de crianças e adolescentes com tumores cerebrais supratentorial progressivos ou recorrentes confirmados por biópsia.  

Os pacientes foram submetidos à colocação estereotáxica de até quatro cateteres intratumorais. No dia seguinte, os participantes receberam G207 por infusão controlada durante seis horas. As coortes 3 e 4 foram também tratadas com radioterapia (5 Gy) para o volume tumoral bruto dentro de 24 horas após a administração de G207. A eliminação viral da saliva, conjuntiva e sangue foi avaliada por cultura e PCR (polymerase-chain-reaction). As amostras de tecido pré e pós-tratamento combinadas foram examinadas para linfócitos infiltrantes tumorais por análise imuno-histoquímica. 

 

Resultados 

Ao todo, 12 pacientes de sete a 18 anos de idade com glioma de alto grau receberam G207. Nenhum efeito tóxico limitante de dose ou eventos adversos graves foram atribuídos ao G207 pelos pesquisadores. Observaram-se 20 eventos adversos de grau 1 possivelmente relacionados ao G207. Nenhum derramamento de vírus foi detectado. Respostas radiográficas, neuropatológicas ou clínicas foram observadas em 11 pacientes. 

 A sobrevida global mediana foi de 12,2 meses (IC 95%: 8,0 – 16,4). Em 5 de junho de 2020, quatro de 11 pacientes ainda estavam vivos 18 meses após o tratamento com G207. Os pacientes que tinham anticorpos contra HSV-1 no início do estudo tiveram sobrevida mais curta em relação aos que soroconverteram após o início do tratamento (5,1 versus 18,3 meses), sugerindo que a exposição prévia ao HSV-1 pode ser um determinante importante para a resposta ao tratamento. 

 Além disso, o uso de G207 aumentou significativamente o número de linfócitos infiltrantes de tumor, incluindo células T CD4+ e CD8+, dentro de dois a nove meses após a infusão de G207. 

Os autores concluem que o G207 intratumoral sozinho e com radioterapia apresentou um perfil de eventos adversos aceitável com evidências de respostas em pacientes com glioma pediátrico de alto grau recorrente ou em progressão. Os dados indicam que o G207 foi capaz de converter tumores imunologicamente “frios” em “quentes”. 

 

Referências:  

  1. Friedman GK, et alPhase I immunovirotherapy trial of oncolytic HSV-1 G207 alone or combined with radiation in pediatric high-grade glioma. Abstract CT018. AACR Annual Meeting. 2021. 
  1. Friedman GK, et al. Oncolytic HSV-1 G207 Immunovirotherapy for Pediatric High-Grade Gliomas. New England Journal of Medicine, April 2021.

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