A presença de metástases leptomeníngeas (ML) no câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) é indicativa de doença agressiva. No vídeo, a Dra. Carolina Kawamura Haddad, Coordenadora de Oncologia Torácica do Grupo Dasa Regional de São Paulo e do Hospital Nove de Julho, comenta uma revisão retrospectiva de casos tratados com osimertinibe. Assista!
Durante o Congresso Mundial da ASCO 2021, foi apresentada uma revisão retrospectiva de casos com ML, tratados com osimertinibe, e suas respectivas respostas.
Ao todo, 16 pacientes de CPNPC com mutação em EGFR desenvolveram ML em algum ponto do curso da doença e foram tratados com osimertinibe. Características clínicas e resultados de resposta foram recuperados de arquivos de registros médicos. A sobrevida livre de progressão (SLP) para a ML foi definida como o tempo entre a primeira dose de osimertinibe e a data de progressão em leptomeninge. A SG, nesse contexto, foi determinada como o tempo entre a primeira dose do medicamento até a data do último acompanhamento ou óbito do paciente. A taxa de resposta objetiva (TRO) foi definida como a porcentagem de casos que tiveram resposta completa ou parcial ao osimertinibe.
Resultados:
A idade média foi de 61 anos entre nove homens e sete mulheres. Mutações de deleção no éxon 19 do EGFR foram observadas em nove pacientes e mutação L858R, em sete. Apenas um paciente recebeu radioterapia de crânio total antes do uso do osimertinibe. Seis pacientes com ML no momento do diagnóstico receberam osimertinibe em 1ª linha. 3 (50%) progrediram para leptomeninge e 3 (50%) apresentaram resposta parcial.
A mediana de SLP e de SG não foram alcançadas. A TRO para osimertinibe na primeira linha foi de 83,3%. Dez pacientes desenvolveram ML posteriormente, no curso da doença, e o tempo médio para o início da ML foi de 12,47 meses. A mediana de SLP para osimertinibe foi de 7,9 meses (IC 95% 3,2-8,3) e a de SG foi de 8,2 meses (IC 95%: 2,6-19,8 meses). A TRO para o osimertinibe como próxima linha terapêutica foi de 60%.
Os autores concluem que essa experiência inicial revela eficácia superior do osimertinibe em pacientes com ML e uma excelente TRO no cenário de primeira linha, com resultados concordantes com o estudo BLOOM de segunda linha. Apesar da amostra pequena de pacientes avaliados, o estudo torna-se importante devido à escassez de dados disponíveis para pacientes com ML. A eficácia do osimertinibe em pacientes virgens de tratamento com mutação EGFR e ML requer mais investigação, atrelada a um estudo prospectivo maior, com um acompanhamento mais longo.
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