Estudo de fase 3 demonstra melhora significativa na sobrevida global de pacientes com câncer de trato biliar ressecado com intenção de cura tratados com S-1 adjuvante
Geralmente, capecitabina é utilizado para pacientes com câncer de trato biliar (CTB) ressecado com intenção de cura tanto na Europa, quanto nos Estados Unidos. Entretanto, nenhum benefício claro de sobrevida foi mostrado nos últimos estudos de fase III. O medicamento S-1, um derivado de fluoropirimidina oral, mostrou eficácia promissora com um perfil de toxicidade moderado em pacientes com CTB. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi confirmar se esse fármaco poderia melhorar a sobrevida global em pacientes com CTB ressecado com intenção de cura.
Esse é um estudo aberto, multicêntrico, randomizado, de fase 3, que foi conduzido em 38 hospitais japoneses. Os pacientes elegíveis estavam na faixa de 20 a 80 anos de idade, os quais realizaram ressecção R0/R1 para adenocarcinoma de ducto biliar extra-hepático confirmado histologicamente, além de adenocarcinoma de vesícula biliar, ampola de Vater ou de ducto biliar intra-hepático, e que tiveram um status de performance ECOG de 0 ou 1. O espaço amostral calculado foi de 440 para detectar um risco relativo para sobrevida global de 0,74 com alpha unilateral de 5% e poder de 80%. Os pacientes no grupo de cirurgia isolada não receberam nenhum tratamento a mais, enquanto aqueles que estavam no grupo que recebeu S-1 adjuvante, receberam 4 ciclos de quimioterapia oral S-1 com a dose de 40 mg/m² duas vezes ao dia por 4 semanas, seguido por 2 semanas de descanso. O desfecho primário foi sobrevida global e os desfechos secundários foram sobrevida livre de recaída, a incidência de efeitos adversos e a proporção de conclusão de tratamento.
Um total de 440 pacientes foram recrutados entre setembro de 2013 e junho de 2018. A data limite foi de 23 de junho de 2021 e a mediana de acompanhamento foi de 45,4 meses. De todos os pacientes randomizados, a sobrevida global foi significativamente melhor com o S-1 adjuvante do que somente o tratamento cirúrgico, a sobrevida em 3 anos foi de 77,1% e 67,6%, respectivamente. O S-1 adjuvante foi melhor para sobrevida livre de recaída em 3 anos com 50,9% para apenas tratamento cirúrgico e 62,4% com o medicamento adjuvante. Todas as análises de subgrupos pré-planejadas revelaram uma sobrevida global favorável e livre de progressão melhor para o grupo S-1. Os principais eventos adversos de grau 3 ou 4 no grupo que recebeu S-1 foram infecção do trato biliar, diarreia, perda de apetite, fadiga. Apesar disso, o tratamento foi bem tolerado.
O estudo concluiu que a terapia com S-1 adjuvante levou a uma maior sobrevida significativamente do que somente tratamento cirúrgico e pode torna-se o padrão de tratamento para CTB ressecado.
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