Uso de tremelimumabe em combinação com durvalumabe (esquema STRIDE) no tratamento de primeira linha de pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável - Oncologia Brasil

Uso de tremelimumabe em combinação com durvalumabe (esquema STRIDE) no tratamento de primeira linha de pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável

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Neste vídeo, Dr. Diogo Bugano, oncologista Clínico no Hospital Israelita Albert Einstein, apresenta os dados do estudo HIMALAYA, que foi apresentado no 2022 ASCO® Gastrointestinal Cancers Symposium. O estudo demonstrou benefícios significativos com o acréscimo de dose única de tremelimumabe ao tratamento com durvalumabe (esquema STRIDE) no tratamento de primeira linha de pacientes com carcinoma hepatocelular (CHC) irressecável

O regime de tratamento STRIDE (dose única de 300mg de tremelimumabe (T) associado a 1500 mg de durvalumabe (D) seguido de 1500mg de D a cada 04 semanas) demonstrou atividade antitumoral promissora e mínima toxicidade para o tratamento de pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável (iCHC), em um estudo de fase 2 prévio, sugerindo que uma única exposição a tremelimumabe seria suficiente para incrementar a atividade clínica de durvalumabe.  O estudo HIMALAYA, apresentado no 2022 ASCO® Gastrointestinal Cancers Symposium, avaliou a eficácia do esquema STRIDE ou de durvalumabe em monoterapia versus sorafenibe (S) no tratamento de iHCC.  

Pacientes com iCHC que não haviam recebido tratamento sistêmico prévio foram randomizados para receber tratamento com esquema STRIDE, D em monoterapia (1500 mg a cada 04 semanas) ou S (400 mg duas vezes ao dia) ou T 75 mg associado a D 1500 mg a cada 04 semanas (T75+D) por 04 doses. Recrutamento para esse último regime T75+D foi encerrado após uma análise planejada concluir que T75+D não era estatisticamente diferente de D em monoterapia. O desfecho primário do estudo era sobrevida global (SG) para a comparação STRIDE versus S. O desfecho secundário era não-inferioridade (NI) de SG para D em monoterapia versus S (margem de NI de 1.08). Outros desfechos secundários incluíam sobrevida livre de progressão (SLP), taxa de resposta objetiva (TRO), duração de resposta (DdR) e segurança.  

No total, 1.171 pacientes foram randomizados, sendo 393 para esquema STRIDE, 389 para D monoterapia e 389 para S. O objetivo primário do estudo foi atingido, e STRIDE demonstrou benefício de SG em relação a S, com incremento da mediana de SG de 13,8 para 16,4 meses (HR 0,78 [96% CI 0,65–0,92]; p=0,0035). O tratamento com D em monoterapia atingiu o objetivo secundário, com desfecho de SG cumprindo o critério de NI em relação a S (HR 0,86; 96% CI, 0,73–1,03). TRO foi de 20,1% com esquema STRIDE, 17,0% com D monoterapia e 5,1% com S. Eventos adversos (EAs) de graus 3 ou 4 ocorreram em 25,8% dos pacientes que receberam tratamento com STRIDE, em 12,9% dos que receberam D e 36,9% dos que receberam S. EAs hepáticos de graus 3 ou 4 ocorreram em 5,9%, 5,2% e 4,5% dos pacientes respectivamente. Não houve relato de desenvolvimento de varizes esofagianas sangrantes relacionadas ao tratamento em nenhum dos grupos. EAs que levaram a descontinuação do tratamento ocorreram em 8,2% (STRIDE), 4,1% (D) e 11,0% (S) dos pacientes. 

Em conclusão, o estudo HIMALAYA foi o primeiro estudo de fase III a avaliar os desfechos do uso de imunoterapia em monoterapia (durvalumabe) ou em combinação (STRIDE) para tratamento de primeira linha de pacientes com iCHC. Durvalumabe em monoterapia não foi inferior a S em termos de sobrevida global e apresentou desfecho de segurança favorável. O acréscimo de dose única de tremelimumabe ao tratamento com durvalumabe no esquema STRIDE levou a um incremento de sobrevida global em relação a sorafenibe, sendo um esquema de primeira linha a ser considerado nesse cenário.  

 

Vale a pena assistir ao vídeo e conferir o conteúdo completo! 

Referências: 

  1. Abstract 379 – Ghassan K. Abou-Alfa et al., Phase 3 randomized, open-label, multicenter study of tremelimumab (T) and durvalumab (D) as first-line therapy in patients (pts) with unresectable hepatocellular carcinoma (uHCC): HIMALAYA. 2022 ASCO Gastrointestinal Cancers Symposium. 

 

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