Cemiplimabe apresenta benefício de sobrevida em pacientes com câncer de colo do útero - Oncologia Brasil

Cemiplimabe apresenta benefício de sobrevida em pacientes com câncer de colo do útero

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Estudo clínico EMPOWER-Cervical 1 demonstra benefício de sobrevida global com o uso de cemiplimabe em monoterapia, em comparação com quimioterapia de escolha do investigador, para pacientes com câncer de colo do útero recorrente ou metastático que tiveram progressão à quimioterapia de primeira linha.  

Apesar dos programas de triagem já validados para câncer do colo do útero utilizando avaliações citológicas, detecção de DNA do papilomavírus humano (HPV) de alto risco, além da disponibilidade de vacinas profiláticas eficazes, aproximadamente 600.000 novos casos e 350.000 mortes por câncer do colo do útero ocorrem em todo o mundo a cada ano.  

A doença inicial invasiva (International  Federation  of  Gynecology  and  Obstetrics [FIGO] estágio IB1 ou IB2) é geralmente tratada com histerectomia radical e linfadenectomia com ou sem terapia adjuvante. Pacientes com carcinoma localmente avançado (estágio FIGO IB3-IVA) recebem quimiorradioterapia e braquiterapia intracavitária de alta dose. Já pacientes com doença persistente ou recorrente após radioterapia que não é passível de exenteração pélvica curativa com derivação urinária, bem como aqueles que apresentam metástases (estágio FIGO IVB), são tratados com quimioterapia à base de platina, com ou sem bevacizumabe. 

Apesar da melhora na sobrevida global conferida pela terapia antiangiogênica, a maioria dos pacientes apresenta progressão após terapia de primeira linha contendo platina e têm opções de tratamento limitadas. Neste sentido, cemiplimabe (anti PD-1), já aprovado para tratar câncer de pele não melanoma avançado (Carcinoma Espinocelular e Carcinoma Basocelular), demonstrou atividade clínica nessa população.  

O EMPOWER-Cervical 1/GOG-3016/ENGOT-cx é um estudo randomizado, multicêntrico, de fase 3, que recrutou pacientes com câncer de colo do útero  recorrente ou metastático que tiveram progressão da doença após quimioterapia contendo platina de primeira linha, independentemente de seu status de PD-L1. As pacientes foram randomizadas (1:1) para receber cemiplimabe (350 mg a cada 3 semanas) ou a escolha do investigador de quimioterapia com agente único. O desfecho primário foi a sobrevida global, a sobrevida livre de progressão e a segurança também foram avaliadas. 

Um total de 608 mulheres foram inscritas (304 em cada grupo). Na população geral do estudo, a sobrevida global mediana foi maior no grupo de cemiplimabe em comparação com o grupo de quimioterapia (12,0 meses vs. 8,5 meses; HR 0,69; IC 95% 0,56 a 0,84; P <0,001 bilateral). O benefício de sobrevida global foi consistente em ambos os subgrupos histológicos (carcinoma de células escamosas e adenocarcinoma [incluindo carcinoma adenoescamoso]). A sobrevida livre de progressão também foi maior no grupo cemiplimabe em comparação com o grupo de quimioterapia na população geral (HR 0,75; IC 95% 0,63 a 0,89; P <0,001 bilateral). Na população geral, resposta objetiva ocorreu em 16,4% (IC 95%, 12,5 a 21,1) dos pacientes do grupo cemiplimabe, em comparação com 6,3% (IC 95%, 3,8 a 9,6) dos pacientes no grupo de quimioterapia. Resposta objetiva ocorreu em 18% (IC 95%, 11 a 28) dos pacientes tratados com cemiplimabe com expressão de PD-L1 maior ou igual a 1% e em 11% (IC 95%, 4 a 25) daqueles com expressão de PD-L1 inferior a 1%. Em geral, eventos adversos de grau 3 ou superiores ocorreram em 45,0% dos pacientes que receberam cemiplimabe e em 53,4% daqueles que receberam quimioterapia. 

O tratamento com cemiplimabe levou a uma sobrevida global significativamente maior do que a quimioterapia entre pacientes com câncer de colo do úterol recorrente que tiveram progressão da doença após quimioterapia contendo platina de primeira linha. Em comparação com a escolha de quimioterapia do investigador, o tratamento com cemiplimabe resultou em uma redução de risco de morte de 31% na população geral e um risco 27% menor de morte na população com carcinoma de células escamosas. 

Referências: 

Krishnansu S. Tewari, M.D. et al., Survival with Cemiplimab in Recurrent Cervical Cancer. N Engl J Med 2022; 386:544-555. DOI: 10.1056/NEJMoa2112187 

 

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