A adição de adebrelimabe à quimioterapia na 1ª linha terapêutica melhorou significativamente a sobrevida global dos pacientes com CPPC com doença, reiterando a eficácia da adição da imunoterapia no tratamento dessa população de pacientes
O câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) com doença extensa está associado a piores prognósticos e as opções de tratamento são escassas. Duas imunoterapias combinadas ao doublet de platina são aprovadas para o tratamento do CPPC com doença extensa de acordo com os dados do IMpower133 e do CASPIAN[1,2]. Em maio de 2022, mais um estudo com imunoterapia para esse cenário foi publicado no The Lancet Oncology, reiterando a eficácia da associação dos inibidores de correceptores imunes à quimioterapia no tratamento dessa população de pacientes.
CAPSTONE-1 (NCT03711305) é um estudo de fase 3, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, realizado em 47 hospitais terciários na China, cujo objetivo foi avaliar a eficácia e a segurança do adebrelimabe (SHR-1316), um anti-PD-L1, associado à quimioterapia padrão como tratamento de primeira linha para pacientes com CPPC com doença extensa.
Foram incluídos indivíduos com idade entre 18 e 75 anos e ECOG 0 a 1, os quais foram aleatoriamente randomizados (1:1) para quatro a seis ciclos de carboplatina (AUC 5 mg/mL/min, dia 1 de cada ciclo) e etoposídeo (100 mg/m2 nos dias 1 a 3 de cada ciclo) com adebrelimabe (20 mg/kg no dia 1 de cada ciclo) ou placebo, seguido de terapia de manutenção com adebrelimabe ou placebo. Todos os tratamentos foram administrados por via intravenosa em ciclos de 21 dias. O desfecho primário foi a sobrevida global (SG).
Resultados:
Entre 26 de dezembro de 2018 e 4 de setembro de 2020, 462 pacientes elegíveis foram inscritos, sendo que 230 (50%) receberam adebrelimabe mais quimioterapia e 232 (50%) receberam placebo mais quimioterapia. No corte de dados de 8 de outubro de 2021, o acompanhamento médio foi de 13,5 meses.
A SG foi significativamente maior no grupo adebrelimabe versus placebo, com medianas de 15,3 meses e 12,8 meses, respectivamente (HR 0,72; IC 95% 0,58–0,90; P unilateral = 0,0017).
Os eventos adversos de grau 3 ou 4 mais comuns relacionados ao tratamento foram: neutropenia (76% e 75%), leucopenia (46% e 38%), plaquetopenia (38% e 34%) e anemia (28% e 28%). Eventos adversos graves relacionados ao tratamento ocorreram em 89 (39%) pacientes no grupo adebrelimabe e 66 (28%) no grupo placebo. Quatro mortes relacionadas ao tratamento foram relatadas: duas no grupo da imunoterapia (insuficiência respiratória; doença pulmonar intersticial e pneumonia) e duas no grupo placebo (disfunção de múltiplos órgãos e causa de morte desconhecida).
Os autores concluem que a adição de adebrelimabe à quimioterapia melhorou significativamente a sobrevida global com um perfil de segurança administrável em pacientes com CPPC com doença extensa, apoiando esta combinação como uma nova opção de tratamento de primeira linha para esta população[3].
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