Neste vídeo, Dr. Diogo Rosa, oncologista clínico do Grupo Oncoclínicas (RJ) e presidente do LACOG GU, comenta sobre a eficácia e segurança do tratamento de pacientes com CPRCnm com darolutamida, a partir dos dados de análise post-hoc de ARAMIS e um estudo de mundo real – ambos apresentados na Reunião Anual da ASCO 2022.
Dr. Diogo Rosa faz uma análise completa dos resultados dos dois estudos, abordando suas implicações na prática clínica. Confira o vídeo e assista o conteúdo completo!
A darolutamida (DARO), um inibidor de receptor androgênico altamente potente e estruturalmente distinto, prolongou a sobrevida livre de metástases em aproximadamente 2 anos e reduziu o risco de morte em 31% versus placebo (PBO) com um perfil de tolerabilidade favorável em pacientes com câncer de próstata resistente à castração não metastático (CPRCnm) no estudo clínico ARAMIS (NCT02200614). Além disso, DARO melhorou significativamente a sobrevida em homens com câncer de próstata hormônio-sensível metastático no estudo clínico ARASENS.
Durante a Reunião Anual da ASCO de 2022 foi apresentada análise post-hoc de ARAMIS que avaliou a associação entre a progressão metastática com antígeno prostático específico (PSA) e a progressão clínica, além de descrever a distribuição da progressão metastática entre os grupos.
Os pacientes com CPRCnm foram randomizados 2:1 para DARO (n=955) ou PBO (n=554) enquanto continuavam a terapia de privação androgênica. As análises descritivas foram realizadas usando o corte de dados primários (3 de setembro de 2018) para o período duplo-cego.
Como resultados desta análise, foi observado que a progressão metastática ocorreu em 13,6% dos pacientes tratados com DARO e 28,5% dos pacientes tratados com PBO. A maioria dos pacientes teve progressão isolada, como metástase óssea (DARO 46%, PBO 39%), ou linfonodo (32%; 40%). Pacientes com progressão radiográfica tiveram menor tempo mediano desde o diagnóstico inicial até o tratamento do estudo (DARO 72,9; PBO 74,4 meses) versus a população geral de ARAMIS (86,2, 84,2 meses).
De todos os pacientes com progressão metastática, os níveis basais de PSA (ng/mL) foram semelhantes em DARO (12,6) e PBO pacientes (15,1). Os pacientes do grupo tratado com DARO tiveram PSA mediano mais baixo antes da metástase (16,7) vs. PBO (48,0) e diminuição mediana de PSA absoluto/relativo desde a linha de base de -0,7/-3,2% vs. um aumento para os pacientes do grupo PBO de 29,5/181%. A progressão do PSA antes da metástase foi observada em 55,6% (160/288) dos pacientes, ocorrendo em menos pacientes tratados com DARO (45,4%) vs. PBO (63,9%) (diferença de tratamento 18,5%; IC nominal de 95% 6,5%-30,6%).
O tempo mediano entre a progressão do PSA e a metástase foi de 7,0 meses com DARO vs. 5,6 meses com PBO. A progressão da dor antes da progressão metastática foi rara e semelhante entre os grupos (DARO 16,9%, PBO 17,7%).
Também apresentado na Reunião Anual do ASCO de 2022, no formato de poster, o estudo clínico DAROL (NCT04122976), atualmente em andamento, foi projetado para apoiar os resultados do estudo ARAMIS, com o intuito de fornecer informações sobre a segurança, tolerabilidade e efetividade de DARO no tratamento de pacientes CPRCnm no cenário do mundo real. Durante o congresso, foram apresentados os resultados da primeira análise interina pré-especificada do estudo.
DAROL é um estudo internacional, de braço único, não intervencionista. Os pacientes elegíveis são virgens (naives) de DARO, ≥18 anos de idade, com CPRCnm confirmado, para os quais a decisão de tratar com DARO foi tomada antes da inclusão do paciente no estudo. A dose e a duração do tratamento são de acordo com a prática clínica de rotina do investigador.
Todos os 100 pacientes foram avaliados quanto à segurança. A idade mediana dos pacientes é de 78,0 anos. O tempo mediano (Q1–Q3) desde o diagnóstico inicial até a resistência à castração foi de 89,1 meses (39,1–130,6 meses). 75,3% dos pacientes tinham um PSA basal ≤10 e 24,7% deles tinha o PSA basal > 10 ng/mL. O tempo de duplicação do PSA ≤6/ > 6 meses ocorreu em 58,2%/41,8% dos pacientes, respectivamente. A duração mediana (Q1–Q3) do tratamento foi de 11,3 meses (8,4–14,4 meses); e o tempo médio de acompanhamento (Q1–Q3) foi de 12,3 meses (9,6–15,6 meses).
A dose inicial mediana e a dose diária de tratamento foram de 1200 mg por dia. 28% dos pacientes apresentaram eventos adversos emergentes do tratamento (TEAEs) de qualquer grau, sendo 3% grau 3; sem grau ≥4. 2% dos pacientes tiveram eventos adversos graves (EAs). As taxas de incidência de EAs foram geralmente baixas, consistentes com o perfil de segurança observado no ARAMIS, e os que ocorreram em ≥2% dos pacientes foram: fadiga (5%), diarreia (5%), astenia (2%), fraqueza muscular (2 %), anemia (2%) e erupção cutânea (incluindo erupção cutânea pruriginosa, 2%).
Na primeira análise interina do estudo observacional DAROL no cenário de mundo real, a segurança e a tolerabilidade de DARO foram consistentes com o perfil de tolerabilidade favorável observado no estudo randomizado ARAMIS. Além disso, a análise post-hoc do estudo ARAMIS, mostrou que DARO reduziu significativamente o risco de progressão metastática e melhorou a sobrevida global em comparação com o placebo, sem alterar o padrão de progressão metastática. Muitos pacientes com CPRCnm apresentaram progressão metastática sem progressão do PSA, e a progressão da dor foi rara. Segundo Dr. Diogo Rosa, esses resultados suportam o uso de imagens com monitoramento de PSA para identificar adequadamente a progressão da doença em pacientes com CPRCnm.
Referências:
Alicia K. Morgans et al., Progression patterns by types of metastatic spread, prostate-specific antigen (PSA), and clinical symptoms: Post-hoc analyses of ARAMIS. J Clin Oncol 40, 2022 (suppl 16; abstr 5044). DOI 10.1200/JCO.2022.40.16_suppl.5044
Evan Y. Yu et al., DARolutamide ObservationaL (DAROL) study in patients with nonmetastatic castration-resistant prostate cancer (nmCRPC). J Clin Oncol 40, 2022 (suppl 16; abstr e17029). DOI 10.1200/JCO.2022.40.16_suppl.e17029
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