Neste vídeo, Dra. Veridiana Camargo, oncologista clínica na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta sobre a análise de sobrevida do estudo PRADO. Neste estudo, os pacientes tratados com ipilimumabe+nivolumabe apresentaram maiores taxas de sobrevida livre de metástase à distância e sobrevida livre de recorrência
O estudo de fase II OpACIN-neo demonstrou anteriormente que pacientes com melanoma estadiamento III tratados por dois ciclos em regime neoadjuvante de I1N3 (ipilimumabe 1mg/kg e nivolumabe 3mg/Kg) apresentavam maior taxa de resposta patológica (pPR:77%) de modo que após 2 anos de follow-up a sobrevida livre de recorrência obtida foi de 96,9% nos pacientes com resposta patológica e de 35,5% em não-respondedores (mais de 50% de viabilidade tumoral).
Diante dos benefícios observados, o estudo PRADO foi delineado como uma extensão da coorte do OpACIN-neo a fim de confirmar a pPR e segurança da imunoterapia em neoadjuvância, além de avaliar a resposta dirigida subsequentemente à terapia como possível maneira de determinar a real necessidade da dissecção de linfonodos (TLND) em pacientes com resposta patológica importante (MPR: ≤10% de viabilidade tumoral) no linfonodo de maior taxa de metástase no baseline (ILN).
No total, 99 pacientes foram incluídos e tratados com ao menos um ciclo de imunoterapia combinada, apresentando taxa de resposta patológica de 72% (95% CI: 62-80), com 61% dos pacientes apresentando MPR, nos quais não se realizou a TLND e 11 com pPR. 27 pacientes não responderam ao tratamento, sendo que 6 deles apresentaram metástase à distância antes mesmo da ressecção do ILN, os demais, em sua maioria, receberam tratamentos em adjuvância.
A mediana de follow-up do estudo foi de 27,9 meses, sendo que após 2 anos a taxa de sobrevida livre de recorrência (RFS), nos pacientes com MPR foi de 93,3% (95% CI 87,2 – 99,9) com 6% dos pacientes desenvolvendo recorrência regional, e 100% de sobrevida livre de metástase à distância (DMFS). Dentre os 11 paciente com pPR, 4 desenvolveram recorrência à distância, tendo esse grupo taxas de RFS e DMFS de 63.6% (95% CI 40.7 – 99.5). Dentre os não-respondedores a RFS após 2 anos foi de 71,4% (95% CI 54.5 – 93.6) e DMFS de 76,2%
Os resultados de sobrevida apresentados até o momento pelo estudo PRADO demonstram que a imunoterapia combinada I1N3 em adjuvância no tratamento de melanoma ressecável estadiamento III possui benefícios clínicos que garantem melhor triagem dos pacientes no que diz respeito à necessidade ou não de dissecção dos linfonodos de maneira segura, sustentada pelas altas taxas de RFS (93,3%) e DMFS (100%) no grupo com MPR, favorecendo menor índices de comorbidades cirúrgicas e maior qualidade de vida. Além desses, os pacientes não-respondedores também se beneficiaram ao obterem maiores taxas de RFS quando comparado ao resultado do OpACIN-neo, indicando a futura e benéfica aplicabilidade dessa proposta terapêutica.
Referência:
Christian U. Blank, Survival data of PRADO: A phase 2 study of personalized response-driven surgery and adjuvant therapy afterneoadjuvant ipilimumab (IPI) and nivolumab (NIVO) in resectable stage III melanoma. ASCO 2022
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.