TROPiCS-02: Sacituzumabe govitecan no tratamento de pacientes com câncer de mama metastático HR+/HER2- avançado - Oncologia Brasil

TROPiCS-02: Sacituzumabe govitecan no tratamento de pacientes com câncer de mama metastático HR+/HER2- avançado

3 min. de leitura

Sacituzumabe govitecan (SG) é um anticorpo-droga conjugado com anti-Trop-2 aprovado para câncer de mama metastático triplo negativo. Este estudo avaliou sua utilização no tratamento de pacientes com câncer de mama metastático HR+/HER2- localmente avançado, irressecável, resistentes à terapia endócrina e fortemente pré tratados – um grupo de pacientes que têm opções de tratamento limitadas

O câncer de mama metastático com receptor hormonal positivo e HER2 negativo (HR+/HER2–) é o subtipo mais comum de câncer de mama. O tratamento para este subtipo inclui terapia endócrina sequencial combinada com agentes direcionados seguida de quimioterapia com agente único, com durações de benefício cada vez mais curtas. Sacituzumabe govitecan (SG) é um anticorpo-droga conjugado com anti-Trop-2 aprovado para câncer de mama metastático triplo negativo com ≥2 terapias anteriores (≥1 para câncer de mama metastático). 

A coorte de pacientes com câncer de mama metastático HR+/HER2– do estudo de fase 1/2 IMMU-132-01 (n = 54) teve uma taxa de resposta objetiva (ORR) de 31,5%, sobrevida livre de progressão mediana (SLP) de 5,5 meses, mediana de sobrevida global (OS) de 12 meses e um perfil de segurança gerenciável com SG. Tendo em vista este contexto, o TROPiCS-02 é um estudo randomizado de fase 3 (NCT03901339) para confirmar os resultados obtidos com a utilização de SG em pacientes com câncer de mama avançado HR+/HER2–. 

Para realização do estudo, adultos com câncer de mama metastático HR+/HER2– localmente avançado ou irressecável, estado de desempenho ECOG de 0 ou 1 e 2-4 regimes de quimioterapia anteriores para doença metastática eram elegíveis; 1 terapia prévia para doença metastática foi permitida se a doença progrediu ≤ 12 meses após terapia (neo)adjuvante. Os pacientes deveriam ter recebido ≥1 taxano anterior, inibidor de CDK4/6 e terapia endócrina em qualquer configuração. 

Os pacientes foram randomizados 1:1 para receber SG ou tratamento a escolha do médico (TPC – capecitabina, eribulina, vinorelbina ou gencitabina) até progressão da doença/toxicidade inaceitável. O desfecho primário foi SLP por RECIST v1.1 por revisão central independente cega na análise final, com desfecho secundário chave sendo a sobrevida global na 1ª análise interina planejada. 

No corte de dados em 3 de janeiro de 2022, 272 vs. 271 pacientes foram randomizados para receber SG vs. TPC, respectivamente. As características de pacientes nos braços SG vs TPC foram semelhantes (3 regimes de quimioterapia anteriores medianos para câncer de mama metastático [intervalo, 0-8]; 95% tinham metástases viscerais, 86% tinham terapia endócrina prévia para câncer de mama metastático por ≥6 meses, 60% e 38% receberam inibidores de CDK4/6 anteriores por ≤12 e > 12 meses, respectivamente). 

O sacituzumabe govitecan melhorou a SLP mediana em comparação com TPC (5,5 vs. 4,0 meses; HR, 0,66; IC 95%, 0,53-0,83; P = 0,0003). As taxas de SLP em 6 e 12 meses foram de 46% vs. 30% e 21% vs. 7%, respectivamente. SG vs. TPC mostrou uma diferença numérica, mas não significativa na sobrevida global (13,9 vs. 12,3 meses; HR, 0,84; P = 0,143). A ORR (21% vs.14%) e a taxa de benefício clínico (34% vs. 22%) foram maiores com SG vs. TPC, e a duração mediana da resposta foi de 7,4 vs. 5,6 meses, respectivamente. 

No geral, 74% vs.60% dos pacientes (SG vs. TPC) tiveram grau ≥3 de eventos adversos (EAs) emergentes do tratamento; neutropenia (51% vs. 39%) e diarreia (10% vs. 1%) foram os mais comuns. Os EAs que levaram à descontinuação do SG vs. TPC foram baixos (6% vs.4%). Houve 1 morte relacionada ao tratamento no braço SG; nenhum no braço TPC. 

Como conclusão, este estudo demonstrou que sacituzumabe govitecan levou a um benefício de sobrevida livre de progressão estatisticamente significativo e clinicamente significativo em relação à quimioterapia com agente único e um perfil de segurança gerenciável em pacientes com câncer de mama metastático HR+/HER2- localmente avançado irressecável resistentes à terapia endócrina fortemente pré-tratados, que têm opções de tratamento limitadas. 

 

Referências: 

  1. Hope S. Rugo et al., Primary results from TROPiCS-02: A randomized phase 3 study of sacituzumab govitecan (SG) versus treatment of physician’s choice (TPC) in patients (Pts) with hormone receptor–positive/HER2-negative (HR+/HER2-) advanced breast cancer. J Clin Oncol 40, 2022 (suppl 17; abstr LBA1001). DOI 10.1200/JCO.2022.40.17_suppl.LBA1001 

© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou tratamentos.

Veja mais informações em nosso Aviso Legal