Daratumumabe associado ao tratamento padrão de mieloma múltiplo recém diagnosticado e inelegível para transplante garante respostas mais rápidas e duradouras - Oncologia Brasil

Daratumumabe associado ao tratamento padrão de mieloma múltiplo recém diagnosticado e inelegível para transplante garante respostas mais rápidas e duradouras

3 min. de leitura

Neste vídeo, Dr. Marcelo Capra, médico hematologista do Hospital Mãe de Deus, comenta sobre as atualizações dos dados do estudo MAIA, apresentados na conferência anual The European Hematology Association – EHA.  

As atualizações mostram que a administração de daratumumabe + lenalidomida + dexametasona, independentemente de insuficiência renal de base, oferece perfis de resposta mais precoces e duradouros, além de melhora das queixas iniciais dos pacientes.  

O estudo clínico de fase III MAIA foi desenhado no intuito de se avaliar sobretudo a eficácia e segurança do esquema de daratumumabe (D) + lenalidomida e dexametasona (Rd) em comparação com o tratamento padrão-ouro lenalidomida e dexametasona em pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo inelegíveis ao transplante autólogo de células tronco. Proposto nesse estudo, o daratumumabe é um anticorpo monoclonal anti-CD38 cujo bloqueio contribui para a atividade antitumoral e imunomoduladora¹. 

Resultados anteriores desse estudo demonstraram que a proposta de tratamento com daratumumabe + Rd (D-Rd) aumentou a sobrevida livre de progressão, sobrevida global, duração de resposta e melhorou os desfechos reportado pelos pacientes (PROs). No EHA 2022, Thierry Facon² e colaboradores apresentam resultados de nova análise em um subgrupo do estudo, onde avaliaram o tempo até a resposta, duração da mesma e PROs.  

Dois braços foram comparados na coorte de pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo (NDMM) inelegíveis ao transplante. 368 pacientes receberam D-Rd e 369 receberam apenas Rd, em ambos, por ciclos de 28 dias até a progressão da doença ou até o desenvolvimento de toxicidades clinicamente inaceitáveis.  

Dentre os parâmetros de eficácia, após mediana de follow-up de 56,2 meses, os pacientes tratados com D-Rd tiveram menores medianas de tempo até uma boa resposta parcial ou superior (≥VGPR) e também de tempo até resposta completa ou superior (≥CR) quando comparada aos pacientes em Rd (VGPR: 3 meses vs. 4,7; CR: 10,7 meses vs. 13,2). Aqueles pacientes que alcançaram ≥CR ou resposta parcial tratados com D-Rd têm maior taxa de não progressão dentro de 48 meses em detrimento de Rd.  

A presente análise do MAIA avaliou, ainda, subgrupos de pacientes com insuficiente renal (Baseline CrCl ≤60 mL/min) presentes em 44% D-Rd e 38% Rd. Esse subgrupo apresentou, também, tempos reduzidos até resposta (VGPR e CR) naqueles tratados com D-Rd. A avaliação de desfechos reportado pelos pacientes (PROs) foi realizado por meio do questionário EORTC QLQ-C30 e demonstrou no subgrupo com insuficiência renal uma melhora das queixas iniciais (fadiga, náusea e vômito) em tratamento com D-Rd. Notou-se, também redução significativa do score relacionado à dor no esquema terapêutico de com daratumumabe (least squares mean change from baseline: -14,9 vs. -7,0; p = 0,0241). 

Resultados referentes ao estudo MAIA reforçam o uso de daratumumabe + lenalidomida e dexametasona (Rd) em pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo inelegíveis ao transplante autólogo de células tronco mesmo com insuficiência renal, oferecendo respostas mais rápidas e duradouras e também melhoras nas queixas iniciais dos pacientes. 

No vídeo, Dr. Marcelo Capra discute os resultados apresentados, abordando os possíveis impactos na prática clínica. Vale a pena assistir e conferir o conteúdo completo! 

 

 

Referência:  

  1. Facon T, Kumar S, Plesner T, Orlowski RZ, Moreau P, Bahlis N, Basu S, Nahi H, Hulin C, Quach H, Goldschmidt H, O’Dwyer M, Perrot A, Venner CP, Weisel K, Mace JR, Raje N, Attal M, Tiab M, Macro M, Frenzel L, Leleu X, Ahmadi T, Chiu C, Wang J, Van Rampelbergh R, Uhlar CM, Kobos R, Qi M, Usmani SZ; MAIA Trial Investigators. Daratumumab plus Lenalidomide and Dexamethasone for Untreated Myeloma. N Engl J Med. 2019 May 30;380(22):2104-2115. doi: 10.1056/NEJMoa1817249. PMID: 31141632. 
  2. Thierry Facon et al. Time to response, duration of response, and patient-reported outcomes with Daratumumab plus RD vs RD alone in transplant-ineligible patients with NDMM: subgroup analysis of the phase III MAIA study. EHA 2022 

© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou tratamentos.

Veja mais informações em nosso Aviso Legal