O estudo multicêntrico open-label conduzido no Japão comparou panitumumabe, um anti-EGFR, com bevacizumabe, um anti-VEGF, em combinação com o regime mFOLFOX6 para o tratamento do câncer colorretal metastático
O ensaio prospectivo PARADIGM é o primeiro a testar a superioridade do panitumumabe (PAN) contra bevacizumabe (BEV) em combinação com o padrão de quimioterapia dupla de primeira linha para pacientes com câncer colorretal metastático (CCRm) RAS selvagem que apresentem ou não tumores primários de lado esquerdo.
O estudo (NCT02394795) selecionou randomicamente pacientes virgens de quimioterapia que apresentaram CCRm RAS selvagem para tratamento com PAN em combinação com mFOLFOX6 (fluoruracila, ácido fólico e oxaliplatina) ou BEV em combinação com mFOLFOX6. A sobrevida global foi o desfecho primário do estudo e foi testada hierarquicamente em duas condições: I) Grupo de pacientes com tumores primários de lado esquerdo; II) Grupo de análise geral, que considerou todos os pacientes, independentemente da localização do tumor primário. O desfecho secundário incluiu a sobrevida livre de progressão (SLP), a taxa de resposta, e a taxa de ressecção curativa.
Entre maio de 2015 a junho de 2017, foram recrutados 823 pacientes, sendo que doze não receberam o protoloco de tratamento e nove foram excluídos por não corresponderem aos critérios de inclusão. Um total de 400 pacientes receberam PAN e outros 402 receberam BEV, sendo 312 e 292 com tumores primários de lado esquerdo em cada grupo de tratamento, respectivamente. A sobrevida global foi analisada depois de 448 eventos de sobrevida global em pacientes com tumores de lado esquerdo, e o tempo de acompanhamento mediano foi de 61 meses.
O estudo revelou que o tratamento com PAN aumentou significativamente a sobrevida global em relação ao tratamento com BEV em ambas as populações. Em pacientes com tumores primários de lado esquerdo observou-se taxa de risco de 0,82 (intervalo de confiança [IC] de 95,798%: 0,68-0,99; p = 0,031, superando o limite de significância de 0,042). Já no grupo de análise geral a taxa de risco foi de 0,84 (intervalo de confiança de 95%: 0,72-0,98; p = 0,030).
Apesar da sobrevida livre de progressão ser comparável entre os grupos de tratamento, as taxas de resposta e de ressecção curativa foram maiores no grupo tratado com PAN em comparação com BEV. Observou-se taxa de resposta de 80,2 (IC: 75,3-84,5) em PAN versus 68,6 (IC: 62,9-74,0) em BEV e taxa de ressecção curativa de 18,3 (IC: 14,1-23,0) em PAN versus 11,6 (IC: 8,2-15,9) em BEV no grupo de pacientes com tumores primários de lado esquerdo. No grupo de análise geral, a taxa de resposta foi de 74,9 (IC: 70,3-79,1) em PAN versus 67,3 (IC: 62,4-71,9) em BEV e a taxa de ressecção curativa foi de 16,5 (IC: 13,0-20,5) em PAN versus 10,9 (IC: 8,1-14,4) em BEV. A taxa de risco para a sobrevida global na população com tumores de lado direito foi de 1.09. Além disso, não foram observados novos sinais de risco ou eventos adversos desconhecidos durante o tratamento.
Sendo assim, o estudo concluiu que no regime de tratamento baseado em mFOLFOX6, o uso de panitumumabe aumentou significativamente a sobrevida global em relação ao uso de bevacizumabe em pacientes com CCRm de lado esquerdo com gene RAS selvagem. Portanto, os autores sugerem o estabelecimento de um novo regime combinado de tratamento de primeira linha para essa população.
Referência:
Yoshino et. al. Panitumumab (PAN) plus mFOLFOX6 versus bevacizumab (BEV) plus mFOLFOX6 as first-line treatment in patients with RAS wild-type (WT) metastatic colorectal cancer (mCRC): Results from the phase 3 PARADIGM trial. J Clin Oncol 40, 2022 (suppl 17; abstr LBA1)
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