Neste vídeo, Dra. Tatiane Montella, oncologista clínica do Grupo Oncoclínicas – RJ, discute dados de dois estudos clínicos, IMpower133 e CASPIAN, que consolidaram o uso de imunoterapia no cenário de primeira linha para pacientes com câncer de pulmão de pequenas células em estágio extenso
O câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) é responsável por aproximadamente 15% de todos os cânceres de pulmão diagnosticados. CPPC é a forma mais agressiva de câncer de pulmão e é caracterizado por um rápido tempo de evolução e metástases iniciais generalizadas. Cerca de dois terços dos pacientes com CPPC são diagnosticados com doença em estágio extenso, e o prognóstico para estes pacientes é particularmente pobre, com uma taxa de sobrevida de 2 anos de menos de 5%.
O CPPC tem uma alta taxa de mutação, o que sugere que esses tumores podem ser imunogênicos e podem responder a inibidores de checkpoint imunológico. Neste sentido, o estudo IMpower133, foi um ensaio de fase 3, duplo-cego, controlado por placebo, que avaliou a eficácia e segurança da adição de atezolizumabe (anti-PD-L1) ou placebo ao tratamento de primeira linha com carboplatina e etoposídeo em pacientes com CPPC em estágio extenso.
Os pacientes elegíveis eram adultos com CPPC em estágio extenso confirmado histologicamente ou citologicamente, e uma pontuação de status de desempenho do Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG) de 0 ou 1, que não haviam recebido tratamento sistêmico prévio. Os pacientes foram designados aleatoriamente em uma proporção de 1: 1 para receber carboplatina e etoposídeo com atezolizumabe ou placebo por quatro ciclos de 21 dias (fase de indução), seguido por uma fase de manutenção durante a qual receberam atezolizumabe ou placebo até terem efeitos tóxicos inaceitáveis, progressão da doença, ou nenhum benefício clínico adicional.
Em um acompanhamento médio de 13,9 meses, a sobrevida global (SG) mediana foi de 12,3 meses no grupo de atezolizumabe e 10,3 meses no grupo de placebo (razão de risco [HR] para morte, 0,70; IC 95%, 0,54 a 0,91; P = 0,007). A sobrevida livre de progressão (SLP) mediana foi de 5,2 meses e 4,3 meses, respectivamente (HR para progressão da doença ou morte, 0,77; IC de 95%, 0,62 a 0,96; P = 0,02). O perfil de segurança de atezolizumabe mais carboplatina e etoposídeo foi consistente com o perfil de segurança relatado anteriormente dos agentes individuais, sem novos achados observados.
CASPIAN é um ensaio clínico de fase 3 em andamento, aberto, cego por patrocinador, randomizado e controlado. Este estudo recrutou o mesmo perfil de pacientes citado anteriormente. Os pacientes foram aleatoriamente designados (1: 1: 1) para receber durvalumabe intravenoso mais tremelimumabe mais platina-etoposídeo, ou durvalumabe mais platina-etoposídeo ou platina-etoposídeo sozinho.
A partir dos dados de um acompanhamento médio de 25,1 meses (IQR 22,3–27,9). Durvalumabe mais platina-etoposídeo mostrou melhora sustentada na SG em comparação com platina-etoposídeo (HR 0,075; IC 95% 0,62-0,91; p nominal = 0,032). A SG mediana foi de 12,9 meses (IC 95% 11,3–14,7) versus 10,5 meses (9,3-11,2). O perfil de segurança foi comparável entre os grupos. Em suma, durvalumabe em primeira linha mais platina-etoposídeo mostrou melhora sustentada da SG em comparação com platina-etoposídeo.
Neste vídeo, Dra. Tatiane comenta que estes dois estudos permitiram tanto a aprovação do atezolizumabe quanto do durvalumabe em combinação com quimioterapia na primeira linha de tratamento do CPPC. A utilização de imunoterapia neste cenário mudou a perspectiva destes pacientes, permitindo melhoras significativas na sobrevida global.
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