Cemiplimabe no carcinoma espinocelular cutâneo avançado: Novos caminhos para o tratamento - Oncologia Brasil

Cemiplimabe no carcinoma espinocelular cutâneo avançado: Novos caminhos para o tratamento

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Dr. João Duprat, Cirurgião oncológico pela SBCO, Diretor de Departamento da Oncologia cutânea do AC Camargo Cancer Center e do Centro de Referência de Câncer de Pele, destaca os avanços e as perspectivas dos estudos clínicos em andamento sobre o uso da imunoterapia no tratamento do carcinoma espinocelular. 

 

O carcinoma espinocelular cutâneo, apesar de a maioria das vezes apresentar-se de forma indolente e tratável, pode representar um desafio clínico significativo quando se mostra mais avançado ou com características de alto risco. Dr. João Duprat comenta que tumores com mais de 2 cm de diâmetro, profundidade superior a 6 mm, presença de invasão perineural ou localizados em pacientes imunossuprimidos, como transplantados, exigem uma atenção especial. Nessas situações, o risco de recorrência é maior, e o manejo deve ser mais agressivo. O especialista traz ainda que, em estágios iniciais, o tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, com uso de agentes tópicos como o 5-fluorouracil, eficaz em casos selecionados. 

Para os casos em que há recorrência ou fatores prognósticos desfavoráveis, o Dr. João Duprat ressalta a importância de considerar abordagens combinadas, como a cirurgia seguida de radioterapia adjuvante, principalmente em lesões localizadas em áreas de difícil acesso ou próximas a estruturas nobres. Ele destaca que, para pacientes inoperáveis — seja por contraindicações clínicas ou anatômicas —, a radioterapia isolada pode representar uma alternativa curativa viável, evitando o avanço local da doença. 

O especialista enfatiza que o seguimento desses pacientes é essencial e deve ser realizado principalmente por meio do exame clínico, com atenção à cadeia linfonodal correspondente. Dr. João Duprat comenta que, nos casos considerados de alto risco, o acompanhamento contínuo é crucial para detecção precoce de recidivas. Nessas situações, uma discussão em equipe multidisciplinar — envolvendo cirurgião oncológico, clínico, radioterapeuta, patologista, entre outros — é fundamental para definir a melhor conduta. Segundo ele, não há um consenso rígido sobre a classificação de alto grau, mas a experiência clínica e o trabalho conjunto são decisivos. 

Por fim, o Dr. João Duprat traz com entusiasmo os avanços mais recentes no tratamento do carcinoma espinocelular avançado, com destaque para a imunoterapia. O especialista comenta que o uso de inibidores de PD-1 tem apresentado respostas muito positivas em casos localmente avançados e irressecáveis, cenário em que o tratamento já é aprovado pelas agências regulatórias. No entanto, ele ressalta que o uso da imunoterapia em outros contextos — como nos cenários neoadjuvante ou adjuvante, ainda não conta com aprovação regulatória e permanece em fase de investigação clínica. Mesmo assim, o Dr. João Duprat acredita que essas abordagens têm potencial transformador e sinalizam uma nova era no manejo do carcinoma espinocelular cutâneo. Não deixe de assistir ao vídeo completo! 

 

 Referências:  

Hughes, B.G.M., Guminski, A., Bowyer, S., Migden, M.R., Schmults, C.D., Khushalani, N.I., Chang, A.L.S., Grob, J.-J., Lewis, K.D., Ansstas, G., Day, F., Ladwa, R., Stein, B.N., Muñoz Couselo, E., Meier, F., Hauschild, A., Schadendorf, D., Basset-Seguin, N., Modi, B., Dalac-Rat, S. (2024). A Phase 2 Open-Label Study of Cemiplimab in Patients with Advanced Cutaneous Squamous Cell Carcinoma (EMPOWER-CSCC-1): Final Long-Term Analysis of Groups 1, 2, and 3, and Primary Analysis of Fixed-Dose Treatment Group 6. Journal of the American Academy of Dermatology 

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