Neste vídeo, Dr. Thiago Bueno, oncologista clínico do A.C Camargo Cancer Center, comenta sobre a abertura da Consulta Pública nº109 – UAT 92 para incorporação do levomalato cabozantinibe no Rol da ANS. Em sua apreciação inicial, a ANS apresentou parecer preliminar favorável. A consulta pública fica aberta até 24/05/2023.
O câncer de tireoide é um tipo tumoral cujos estadiamentos avançado/metastático apresenta baixa taxa de sobrevida, a qual decai com o avanço da idade ao diagnóstico. A nível Brasil, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer) são previstos para 2023-2025 aproximadamente 16.650 novos casos dos quais, 10% apresentarão metástase à distância principalmente em pulmão e ossos. Via de regra, o tratamento do câncer diferenciado de tireoide tem como tratamento primário a cirurgia, seguida de terapia adjuvante com terapia com iodo radioativo, tratamento esse ao qual muitos tumores tornam-se refratários ou apresentam progressão da doença, necessitando de tratamento sistêmico, especialmente em contexto de carga tumoral considerável.
Atualmente, pensando em tratamento sistêmico, não há tratamento medicamentoso com cobertura obrigatória no rol da ANS em primeira linha e em segunda linha de tratamento não há opção de tratamento disponível. Esse cenário demonstra, portanto, uma necessidade não atendida para o manejo desse grupo de paciente onde a ANS propõe a inserção do cabozantinibe para o tratamento em segunda linha. Tendo em vista que 35% dos pacientes submetidos à primeira linha sistêmica com levantinibe ou sorafenibe, serão refratários e necessitarão de uma segunda linha de tratamento, o cabozantinibe, inibidor de múltiplas tirosina-quinase envolvidas na patologia do câncer diferenciado de tireoide, como VEGFR, MET, surge como alternativa interessante capaz de suplantar a resistência adquirida.
A eficácia e segurança desse fármaco foi investigada pelo estudo de fase III, COSMIC-311, onde foram incluídos 258 pacientes com câncer diferenciado de tireoide previamente tratado e refratário à terapia com iodo radioativo e que progrediram em terapia sistêmica prévia (levantinibe ou sorafenibe). Esses pacientes foram randomizados 2:1 para administração de cabozantinibe (60mg/dia; n=170) ou placebo (n=88) e os resultados recentes (2022) demonstram que após mediana de follow-up de 10,1 meses a mediana de sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 11 meses (96%CI: 7,4-13,8) com cabozantinibe vs. 1,9 meses (96%CI: 1,9-3,7) com placebo, resultando em um hazard ratio de 0,22 (96%CI: 0,15-0,32; p<0,0001).
Frente à clara superioridade demonstrada nesse clinical trial, a ANS se posiciona favorável à incorporação e vem à público por meio da consulta pública Nº 109 – UAT 92 avaliar a inserção do levomalato cabozantinibe no rol. Faça sua parte acessando o link: ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar
Para mais informações sobre a Consulta Pública N° 109 – UAT 92, acesse os documentos oficiais da ANS neste link.
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