A fase III do estudo IMerge avaliou a eficácia e segurança do inibidor de telomerase imetelstat para o tratamento de pacientes com síndromes mielodisplásicas de baixo risco ao fazer a comparação com um grupo placebo
Atualmente existe uma lacuna em opções de tratamento para pacientes com síndromes mielodisplásicas de baixo risco que dependem de transfusão de hemácias e apresentam falha da ação de agentes estimulantes de eritropoiese (ESA). Na fase II do estudo IMerge, o tratamento com imetelstat resultou na independência de transfusão em uma ampla população de pacientes. Essa população incluiu indivíduos com síndromes mielodislásicas de baixo risco sem a deleção 5q que eram refratários/recidivados para tratamentos baseados em ESA, virgens de tratamento para lenalidomida e agentes hipometilantes.
Os grupos foram divididos em imetelstat (n = 118) ou placebo (n = 60), sendo que os pacientes tratados receberam doses de 7,5mg/kg da droga a cada quatro semanas. Subgrupos incluíram grau de risco (baseado no International Prognostic Scoring System – IPSS) carga transfusional prévia, e presença ou ausência de sideroblastos em anel.
Alguns resultados do trabalho incluem:
Quanto aos eventos adversos, não foram observados novos sinais de segurança, e os eventos mais comuns de graus três ou quatro foram a trombocitopenia e a neutropenia. Taxas semelhantes de sangramentos de graus três ou superior e de infecções foram observados em ambos os grupos. As citopenias com imetelstat foram de curta duração, e mais de 80% delas tornaram-se de graus dois ou inferior dentro de quatro semanas.
Sendo assim, o tratamento com imetelstat demonstrou eficácia estatisticamente significativa e clinicamente relevante, com taxas de independência transfusional duráveis. Nessa população específica de pacientes com síndromes mielodisplásicas de baixo risco, quase um quinto dos indivíduos tratados com imetelstat apresentaram independência transfusional superior a um ano, o que representa um alívio substancial de complicações associadas às transfusões. Além disso, a redução na variação da frequência alélica de alguns genes avaliados sugere que a droga possui potencial de modificar a doença.
Referência:
Platzbecker et. al, 2023. CONTINUOUS TRANFUSION INDEPENDENCE WITH IMETELSTAT IN HEAVILY TRANSFUSED NON-DEL(5Q) LOWER-RISK MYELODYSPLASTIC SYNDROMES RELAPSED/REFRACTORY TO ERYTHROPOIESIS STIMULATING AGENTS IN IMERGE PHASE 3. Apresentado no congresso da European Association of Hematology, em 2023. Informações do Ensaio Clínico: NCT02598661.
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