Neste vídeo, o Dr. Angelo Maiolino, professor de Hematologia da UFRJ e Coordenador de Hematologia do Americas Oncologia do Rio de Janeiro, discute os resultados do estudo clínico de fase 3 CARTITUDE-4, apresentados na conferência anual da European Hematology Association – EHA 2023®. Acesse e confira!
O tratamento de pacientes com mieloma múltiplo é baseado no uso de drogas imunomoduladoras, inibidores de proteassomas e anticorpos – especialmente anti-CD38. Contudo, é comum que ocorra a progressão da doença devido aos casos de recidiva ou os pacientes se tornarem refratários a terapia e, consequentemente, seja associado a um pior prognóstico. Por isso, o desenvolvimento de novas estratégias para o tratamento dessa população tem recebido atenção da comunidade médica e científica.
O estudo clínico de fase 3 CARTITUDE-4 é um ensaio global, randomizado, controlado, duplo-cego, incluiu 419 pacientes e avaliou a eficácia e segurança da terapia de pacientes com mieloma múltiplo com ciltacabtageno autoleucel (cilta-cel), uma terapia celular baseada em células T que expressam o receptor de antígeno quimérico (CAR) de maturação de células B em relação a terapia padrão (SOC) atual (pomalidomida, bortezomibe e dexametasona – PVd ou daratumumabe, pomalidomida e dexametasona – DPd) em pacientes refratários ao tratamento com lenalidomida, tratados com 1-3 linhas anteriormente. Os braços do estudo foram uma infusão com cilta-cel (0.75×106 células CAR-T viáveis/kg) entre 5 e 7 dias após a linfodepleção, e o grupo tratado com SOC de acordo com escolha médica (PVd ou DPd), mantida até a progressão da doença. O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão (PFS).
Os resultados demonstraram que, após uma mediana de acompanhamento de 16 meses, (0,1-27,0 meses), o endpoint primário foi alcançado e demonstrou que a terapia com cilta-cel reduziu o risco de progressão ou morte em 74% (Hazard Ratio – HR = 0,26); P-value <0.0001). Além disso, os pacientes apresentaram aumento significativo da taxa de resposta geral e taxa de resposta completa, com uma taxa de doença residual mínima em relação ao grupo SOC. Os pacientes do braço cilta-cel apresentaram ganho significativo da taxa de resposta geral (85% vs 67%), taxa de resposta completa (73% vs 22%) e doença residual mínima (61% vs 16%). Foram observados eventos adversos de grau 3-4 em 97% e 94% dos grupos tratados com cilta-cel ou SOC, incluindo infecções (27% vs 25%) e citopenia (94% vs 86%), respectivamente.
Dessa forma, o estudo demonstra que uma única infusão de cilta-cel aumentou de maneira significativa a PFS em pacientes com mieloma múltiplo refratário a lenalidomida com 1-3 linhas de terapia prévia em relação ao grupo tratado com SOC e, portanto, destaca-se como uma terapia com enorme potencial para o tratamento dessa população, em especial em linhas mais precoces.
Acesse o vídeo e confira na íntegra!
Referência:
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.