As atualizações do estudo Keynote-091 demonstraram que a administração de pembrolizumabe em regime adjuvante proporciona ganho significativo de sobrevida livre de doença independente do status de PD-L1
Os tumores que acometem os pulmões lideram mundialmente as causas de óbito por câncer, o que justifica a busca por novas abordagens terapêuticas mais eficazes em diferentes estadiamentos clínicos da doença. Dentre os tipos de câncer de pulmão, a histologia câncer de pulmão de não-pequenas células (CPNPC) é a mais comum com cerca de 85% dos casos, e mostrou-se beneficiar com o tratamento da imunoterapia com inibidores de checkpoints imunes, especialmente pelo bloqueio da via do PD-1/PD-L11. Dentre os diversos estudos neste tipo tumoral cabe destaque o estudo Keynote-091 que apresentou benefícios claros para o tratamento no cenário adjuvante.
O estudo PEARLS/Keynote-091 trouxe em sua atualização os resultados de análise de subgrupos em pacientes com CPNPC com ressecção completa, estadiamentos IB (tumor ≥4cm), II ou IIIA independente da expressão de PD-L1, e que receberam ou não quimioterapia adjuvante anterior à imunoterapia.
O estudo PEARLS/Keynote-091 considerou dois endpoints primários sendo a SLD na população intetion-to-treat (ITT) e na população PD-L1 TPS ≥50%. Foram incluídos 1177 pacientes, dos quais 1010 (85,8%) receberam quimioterapia adjuvante (1-4 ciclos) e foram incluídos na presente análise, sendo que 506 receberam pembrolizumabe (anti-PD-1) e 504 receberam placebo a cada 3 semanas por 18 doses (~1 ano). Resultados da segunda análise interina do estudo, demonstraram que a administração de pembrolizumabe prolonga a sobrevida livre de doença (SLD), de modo a se obter um hazard ratio (HR) de 0,76 (95%CI: 0,63-0,91; p=0,0014) da população com intenção de tratamento (ITT).
Considerando atualização mais recente do estudo para aquela população que recebeu ao menos 1 ciclo de quimioterapia adjuvante antes da imunoterapia, com mediana de acompanhamento de 37,4 meses, o resultado mostrou uma Sobrevida Livre de Doença (SLD) de 58,7 meses no braço de pembrolizumabe versus 34,9 meses no braço placebo, com um HR de 0,73 (95%CI: 0,60-0,89). Para os altos expressores de PDL1, PD-L1 TPS≥50%, a SLD mediana ainda não foi alcançada em nenhum dos braços do estudo. Sobre o perfil de eventos adversos Graus 3-5, 34,3% dos pacientes foram reportados para pembrolizumabe versus 25,7% para placebo, eventos adversos já conhecidos do tratamento.
Baseado nos resultados do estudo, pembrolizumabe como monoterapia para tratamento adjuvante após ressecção completa e quimioterapia à base de platina foi aprovado pela ANVISA, independentemente da expressão de PDL1, para tumores iguais ou superiores a 4cm2.
A informação contida neste material é para o seu uso individual, está destinada unicamente a profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos.
Referência
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.