Resultados do estudo THOR mostram que o uso de erdatinibe e pembrolizumabe proporcionaram taxas de sobrevida global semelhantes em pacientes com câncer urotelial avançado ou metastático com FGFRalt e não tratados anteriormente com anti-PD-(L)1, com erdatinibe acarretando uma sobrevida livre de progressão numericamente mais longa e uma taxa de duração de resposta numericamente mais alta
O estudo THOR de fase III é um ensaio randomizado e aberto que compara a eficácia de erdafitinibe versus quimioterapia em pacientes com câncer urotelial avançado ou metastático (mUC)11 O erdatinibe (erda) é um inibidor oral seletivo da tirosina quinase pan-FGFR que recebeu aprovação acelerada nos Estados Unidos e em 17 outros países para o tratamento do câncer urotelial localmente avançado ou metastático em adultos com FGFR3/2alt suscetível que progrediram após quimioterapia contendo platina22. O FGFR3 é um receptor do fator de crescimento de fibroblastos, que é um receptor tirosina quinase envolvido na proliferação celular, diferenciação e biossíntese de esteróides.
Nos últimos anos, insights sobre o papel potencial das imunoterapias para o câncer de bexiga levaram à aprovação de inibidores de checkpoint, como o atezolizumabe, avelumabe, nivolumabe e pembrolizumabe (pembro) para pacientes com mUC. Entretanto, estudos mostraram que mutações no FGFR3 são encontradas com mais frequência em tumores luminais, que são comparativamente menos responsivos aos inibidores de checkpoint, e que os tumores da bexiga com mutação no FGFR3 estão associados à redução da infiltração de células T e à baixa expressão de PD-L133 Os resultados apresentados pela Dra. Siefker-Radtke são da coorte do estudo THOR que avaliou a eficácia de erda vs pembro em pacientes com mUC sem tratamento prévio com anti-PD-L1.
O estudo incluiu pacientes com ≥18 anos com mUC avançado e irressecável com seleção para a mutação FGFR3/2alt, ECOG PS 0-2, progressão da doença em 1 tratamento (tx) anterior e virgens de anti-PD-(L)1. Os pacientes foram randomizados 1:1 para receber erda 8 mg QD com titulação farmacodinamicamente guiada para 9 mg ou Pembro 200 mg Q3W. O desfecho primário desta coorte foi avaliar a sobrevida global (SG), e os desfechos secundários foram a sobrevida livre de progressão (SLP), taxa de resposta objetiva (TRO) e segurança.
No ponto de corte de dados de 15 de janeiro de 2023, o grupo de intenção de tratar (acompanhamento mediano de 33,2 meses) compreendia 175 pontos no braço erda e 176 no braço pembro. O desfecho primário não foi alcançado, sem diferença estatisticamente significativa na SG entre os braços (Tabela). O grupo que recebeu o tratamento com erda apresentou SLP numericamente mais longa e TRO numericamente mais alta, mas com duração de resposta mais curta. Os eventos adversos relacionados ao tratamento (EARTs) mais comuns de qualquer grau foram: hiperfosfatemia (73%), estomatite (45%), diarréia (45%) e boca seca (35%) com erda; no braço que recebeu terapia com pembro, os principais relatos foram de prurido (12%), astenia (10%), hipotireoidismo (10%) e fadiga (10%). Ainda, EARTs de grau 3-4 e graves ocorreram em 43% e 13% no braço erda e 12% e 10% no braço Pembro, respectivamente. EARTs que levaram à morte não foram registrados no braço Erda, enquanto ocorreram 3 óbitos de pacientes (2%) no braço pembro. Também foi registrado que 15% dos pacientes descontinuaram a terapia com erda e 5% pembro devido à ocorrência de EARTs. As toxicidades foram controláveis com modificações de dose.
Com base nos resultados obtidos, o estudo demonstra que erda e pembro apresentaram sobrevida global semelhante em pacientes com mUC com FGFRalt e virgens em anti-PD-(L)1, com a terapia com erda demonstrando uma sobrevida livre de progressão numericamente mais longa e uma taxa de duração de resposta numericamente mais alta.
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