Neste vídeo, Dr. Romualdo Barroso, Médico Oncologista e Chefe de Pesquisa em Oncologia da Rede DASA, comenta sobre os resultados de 5 anos de seguimento do estudo de fase III MonarchE que comprovam benefício sustentado do uso adjuvante de abemaciclibe em pacientes com câncer de mama câncer de mama precoce, HR+, HER2, linfonodo positivo e com alto risco de recorrência. Confira o conteúdo na íntegra!
O abemaciclibe é um inibidor de CDK4/6 aprovado inicialmente para o tratamento de cânceres de mama metastáticos ou avançados apresentando positividade para receptores hormonais e negatividade para HER2. Entretanto, resultados de análises interinas após 2, 3 e 4 anos de seguimento do ensaio clínico de fase III MonarchE (NCT03155997) levaram a aprovação desse medicamento também, em combinação com terapia endócrina para o tratamento adjuvante de pacientes adultos com câncer de mama precoce, com alto risco de recorrência, HR+, HER2- e linfonodo positivo, definidas como pacientes apresentando ao menos 4 linfonodos axilares metastáticos ou pacientes apresentando 1-3 linfonodos metastáticos com grau histopatológico 3 e tamanho tumoral de ao menos 5 cm e/ou índice de Ki 67 maior ou igual a 20%. Recentemente, atualizações deste estudo após 5 anos de seguimento foram apresentadas no congresso anual da ESMO de 2023, e confirmaram o benefício a longo prazo desse medicamento nesse contexto de doença.
Para desenvolvimento desse ensaio clínico multicêntrico open-label, 5637 pacientes com câncer de mama inicial de alto risco (como definido acima) foram recrutados (o estudo incluiu 36 pacientes masculinos) entre julho de 2017 e agosto de 2019 em 603 centros espalhados por 38 países, e randomizados (1:1) para receber terapia endócrina isolada (N = 2829) ou em combinação com abemaciclibe (N = 2808), ministrado por via oral 150 mg duas vezes ao dia por dois anos, com manutenção da terapia endócrina por todo o tempo no estudo (pelo menos 5 anos) ou até descontinuação do tratamento. Os desfechos avaliados foram recidiva local e à distância e sobrevida global.
Em um acompanhamento mediano de 54 meses, o benefício clínico promovido pelo uso de abemaciclibe se sustentou, demonstrando hazard ratios de 0,68 (IC95%: 0,599 – 0,772) para sobrevida livre de doença invasiva conforme é apresentado no gráfico abaixo e de 0,675 (IC95%: 0,588 – 0,774) para sobrevida livre de recidiva à distância.
Esse benefício demonstrou-se na separação das curvas de Kaplan-Meier após 5 anos de acompanhamento, resultando em um aumento absoluto de 7,6% para a taxa de sobrevida livre de doença invasiva e de 6,7% para a sobrevida livre de recidiva nesse tempo de seguimento. Esse aumento foi mais pronunciado que aqueles demonstrados com tempos menores de seguimento. Houve, proporcionalmente, menos mortes no grupo tratado com abemacilibe (208, 7,4%) que no grupo tratado com terapia hormonal isolada (234, 8,3%), entretanto não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (HR: 0,903; p = 0,284).
Assim, o estudo confirma o benefício a longo prazo do uso de abemaciclibe associado a terapia hormonal para pacientes com câncer de mama precoce de alto risco apresentando positividade para receptores hormonais e negatividade para o receptor HER2 em termos de prevenção de recidiva. Os autores declararam ainda que a sobrevida global está evoluindo em favor dos pacientes tratados com abemaciclibe e que o seguimento desses pacientes continuará.
Referência
Nadia Harbec. Adjuvant abemaciclib plus endocrine therapy for HR+, HER2-, high-risk early breast cancer: Results from a preplanned monarchE overall survival interim analysis, including 5-year efficacy outcomes. ESMO 2023. Disponível em: https://cslide.ctimeetingtech.com/esmo2023/attendee/confcal/show/session/262
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