Sintilimabe neoadjuvante e quimioterapia com dupla combinação de platina seguidos por cirurgia robótica transoral para câncer orofaríngeo ressecável associado ao HPV: Ensaio de braço único, fase II - Oncologia Brasil

Sintilimabe neoadjuvante e quimioterapia com dupla combinação de platina seguidos por cirurgia robótica transoral para câncer orofaríngeo ressecável associado ao HPV: Ensaio de braço único, fase II

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A combinação de terapia anti-PD-1 e quimioterapia com cirurgia robótica transoral (TORS) mostra resultados promissores, especialmente em casos de câncer orofaríngeo associado ao HPV 

 

Tratamentos de desescalonamento para câncer orofaríngeo associado ao HPV (HPV+ OPC) têm sido amplamente explorados. A combinação de terapia anti-PD1 e quimioterapia com cirurgia robótica transoral (TORS) mostra resultados promissores, especialmente em casos de HPV+ OPC. Este estudo visou avaliar a eficácia e segurança do sintilimabe neoadjuvante combinado com quimioterapia seguida por TORS em pacientes com HPV+ OPC ressecável, buscando reduzir comprometimentos funcionais e evitar a radioterapia adjuvante. 

Neste ensaio de braço único, fase II, pacientes com HPV+ OPC ressecável (cT2-4N0-3M0) receberam sintilimabe (200mg), platina (cisplatina 60mg/m² ou carboplatina AUC=5) e paclitaxel (nab-paclitaxel 260mg/m² ou docetaxel 75mg/m²) a cada 3 semanas por 2 ciclos, seguidos de cirurgia radical (com TORS opcional). O desfecho primário foi a resposta patológica majoritária (MPR; tumor viável residual ≤10%) na lesão primária. Desfechos secundários incluíram resposta patológica completa (pCR) de todas as lesões ressecadas, taxa de resposta objetiva (ORR), sobrevivência livre de doença (DFS) e sobrevivência geral (OS) em 1 e 3 anos, além da qualidade de vida (QoL). 

De fevereiro de 2022 a novembro de 2023, 27 pacientes foram tratados com 2 ciclos de ICT neoadjuvante. Todos alcançaram resposta parcial (PR), resultando em ORR de 100%. Vinte e cinco pacientes foram submetidos à cirurgia radical, com 21 passando por TORS. A avaliação patológica mostrou que 96% dos pacientes alcançaram MPR e 52% alcançaram pCR. Eventos adversos de grau 1-2 ocorreram em 88,9% dos pacientes, incluindo rash, alopecia, náusea e fraqueza. Apenas um paciente teve eventos adversos de grau 3. Após a cirurgia, 76% dos pacientes não necessitaram de tratamento adjuvante adicional. Com um acompanhamento médio de 8,2 meses, as taxas de DFS e OS de 6 meses foram de 100%. Além disso, 88% dos pacientes relataram uma qualidade de vida semelhante ou melhorada após 3 meses da cirurgia. 

A combinação de sintilimabe neoadjuvante e quimioterapia seguida de TORS mostrou uma resposta patológica positiva, preservação funcional e toxicidade manejável em pacientes com HPV+ OPC ressecável. São necessários acompanhamentos adicionais para confirmar os benefícios de sobrevivência a longo prazo. 

 

Referências: 

Yan S et al. Neoadjuvant sintilimab and platinum-doublet chemotherapy followed by transoral robotic surgery for HPV-associated resectable oropharyngeal cancer: Single-arm, phase II trial. J Clin Oncol 42, 2024 (suppl 16; abstr 6011). Disponível em: https://meetings.asco.org/abstracts-presentations/238942. Acessado em: 29/05/2024.

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