Neste vídeo, Dr. Rodrigo Munhoz, oncologista clínico do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, comenta sobre os resultados do ensaio ALLIANCE A091902 apresentados na conferência anual da American Society of Clinical Oncology – ASCO 2023®, que avaliaram o uso de cabozantinibe associado a nivolumabe no tratamento de pacientes com angiosarcoma previamente tratados com taxano. Acesse e confira!
O angiossarcoma (AS) representa cerca de 2% de todos os sarcomas de tecidos moles. O tratamento para AS tem opções limitadas, principalmente após a quimioterapia com taxano. A cabozantinibe (CABO) é um inibidor de multiquinase que, em combinação com o nivolumabe (NIVO), pode alterar a expressão de PD-1 em células T regulatórias (Treg), promovendo um ambiente imune permissivo. O ensaio ALLIANCE A091902 (NCT04339738), um estudo multicêntrico de fase II, avaliou os efeitos da combinação de CABO + NIVO na terapia para dos diferentes subtipos de angiossarcomas.
O estudo multibraço aberto contou com pacientes com AS localmente avançados e metastáticos. Para a ASCO 2023®, os autores apresentaram resultados do braço 3 desse estudo, no qual foram incluídos pacientes que receberam taxano para AS previamente. Os pacientes que realizaram terapia prévia com anti-VEGF e imunoterápicos foram excluídos desse estudo. Os pacientes elegíveis foram tratados com CABO (40mg diariamente via oral – OV) e NIVO (480mg a cada 4 semanas por via intravenos – IV). O endpoint primário avaliou a resposta progressão da doença (PD) nas primeiras 12 semanas, que foi censurada em 12 semanas. O projeto Simon, realizado em 2 estágios, avaliou a taxa de resposta nula e alteranativa (ORR) (com taxa de 10% e 35%, respectivamente) e exigiu ≥1 resposta confirmada em 9 pacientes no 1ºestágio e >4 de 18 pacientes (91,4% de potência, alfa 0,095). Os endpoints secundários considerados foram eventos adversos (EAs), sobrevida livre de progressão (SLP), sobrevida global (SG) e resultados relatados por pacientes (PRO).
Nessa etapa do estudo, 21 pacientes (pts) foram incluídos, dos quais 10 eram do sexo feminino, com mediana da idade de 66 anos (32-96 anos) e que receberam ≥1 dose de CABO + NIVO. Como localização do sítio primário, foram relatados: 12 tumores cutâneos (couro cabeludo e face), 1 tumor no fígado, 2 casos em mama e 6 em outras localizações. A terapia adjuvante com taxano ocorreu em 52% e 24% receberam antraciclina. Os dados do endpoint primário apontaram que 13 dos primeiros 18 pacientes (72%) em condição de avaliação apresentaram resposta objetiva (OR, 95% CI: 47%-90%). Após um acompanhamento médio de 11,2 meses, 13 de 21 pts alcançaram OR (11 respostas parciais, 2 completas) e 62% alcançaram ORR 62% (95% CI: 38-82%). As respostas foram observadas em pacientes com doença cutânea primária 7/12 (58%) e doença não cutânea 6/9 (67%). A SLP mediana foi de 9,6 meses (5,3-NR) e SG 20,5 meses (14,4-NR). Os motivos da falta de tratamento incluem: progressão da doença (14), comorbidades não relacionada a EA ou estudo (1); 6 pacientes permanecem no ensaio clínico. Entre os EA de grau 3, foi relatado a hipertensão, sem registro de EA de grau 4.
Os resultados do estudo demonstram que a combinação de CABO + NIVO apresenta uma significante atividade antitumoral em pacientes com angiosarcoma previamente tratados com taxano, sendo uma opção índices de tolerância e segurança satisfatórios.
No vídeo, o especialista discute os resultados com detalhes e aborda os impactos na prática clínica. Acesse e confira na íntegra
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