ANVISA aprova combinação dos imunoterápicos durvalumabe e tremelimumabe para tratamento do carcinoma hepatocelular irressecável
Em 22 de maio de 2023 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou a combinação dos imunoterápicos durvalumabe e tremelimumabe como tratamento de pacientes com carcinoma hepatocelular avançado ou irressecável. A aprovação baseou-se no regime STRIDE (do inglês “Single Tremelimumab Regular Interval Durvalumab”) que consiste na dose única de tremelimumabe combinada com durvalumabe seguida de durvalumabe a cada 4 semanas.
A decisão foi baseada nos resultados do estudo de fase III HIMALAYA, que randomizou 1.171 pacientes com carcinoma hepatocelular metastático ou irressecável entre tratamento de primeira linha com sorafenibe, durvalumabe ou associação de durvalumabe e tremelimumabe. O estudo avaliou pacientes com estádio BCLC C ou B (não elegíveis para terapia local) e excluiu aqueles com coinfecção por vírus da hepatite B e C, sangramento digestivo nos últimos 12 meses e com doenças autoimunes. A população compreendeu em sua maioria pacientes do sexo masculino (85%), com idade mediana de 65 anos, Child-Pugh A (99%), com invasão macrovascular (26%), disseminação extra-hepática (53%), hepatite viral B (31%) e C (27%).
Na comparação entre a combinação de imunoterápico e sorafenibe, o combo STRIDE demonstrou eficácia superior em Sobrevida Global, favorecendo o braço com durvalumabe e tremelimumabe, com medianas de 16,4 versus 13,8 meses (HR=0,78; IC de 95%: 0,66-0,92; p=0,0035) e uma redução de 22% do risco de morte. O estudo também mostrou uma taxa de 31% dos pacientes vivos após 3 anos de follow-up. A avaliação de taxa de resposta também foi 4 vezes maior (20,1% versus 5,1%), com duração mediana de resposta de 22,3 meses e 65,8% dos respondedores mantendo o benefício por no mínimo 12 meses
A taxa de eventos adversos graus 3 ou 4 relacionados ao tratamento com os imunoterápicos foi 25,8% vs 36,9% no grupo tratado com o TKI, com taxa de descontinuação do tratamento devido a incidência um evento adverso de 14%. Os eventos adversos mais prevalentes em qualquer grau foram: rash cutâneo, diarreia, fadiga, prurido, dor musculoesquelética e dor abdominal.
Os resultados apontam que a combinação durvalumabe e tremelimumabe (STRIDE) apresentou benefícios como uma melhora significativa da sobrevida global e, portanto, apresenta-se como uma alternativa importante para o tratamento em primeira linha de pacientes com carcinoma hepatocelular.
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