O uso de imunoterapia em oncologia vem revolucionando o tratamento de diversos tipos de câncer, com resultados promissores mesmo em cenários de doenças avançadas ou metastáticas. Com durações de resposta muitas vezes prolongadas, os inibidores de correceptores imunes podem ser utilizados pelos pacientes por longos períodos, havendo mesmo casos em que se indica manutenção da medicação por tempo indeterminado. Assim, é constante a busca por regimes terapêuticos mais convenientes, que auxiliem na aderência ao tratamento.
Nesse contexto, o Dr. Pedro de Marchi, oncologista clínico do Hospital de Amor de Barretos, comenta a recente aprovação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), de uma nova posologia para o imunoterápico anti-PD1 nivolumabe, que passa a ser administrado em doses fixas de 240 mg a cada duas semanas e 480 mg a cada quatro semanas. Com intervalo de tempo maior entre as doses, antes realizada em esquemas de 3 mg/kg a cada duas semanas, a nova estratégia permitemaior comodidade aos pacientes, sem, no entanto, comprometer os resultados do tratamento ou a tolerância ao fármaco.
O oncologista destaca que a aprovação veio embasada por importante publicação da Dra. Georgina Long no Annals of Oncology, em 2018, que comparou o regime de 480 mg aos esquemas anteriores, analisando tanto o perfil farmacocinético (FC) quanto dados clínicos de eficácia e segurança.
Quanto à FC, o Dr. Pedro lembra que os dados foram obtidos de mais de três mil pacientes, participantes deestudos clínicos em que recebiam nivolumabe. Os resultados dessa análise mostraram que as concentrações médias das duas estratégias eram muito similares ao longo do tratamento.
Além disso, os desfechos clínicos foram avaliados em 61 pacientes que migraram de esquemas de nivolumabe 3 mg/kg a cada duas semanas para o esquema a cada quatro semanas, durante ensaios clínicos de fase III. a frequência de eventos adversos nos indivíduos que tiveram o esquema de tratamento trocado para posologia a cada 4 semanas foi de 14,8%, com apenas 1,6% de eventos adversos graus 3 ou 4, o que se aproxima muito da incidência vista em pacientes em uso do esquema antigo.
Com essa aprovação, o novo regime a cada 4 semanas, com doses fixas de 480 mg de nivolumabe, fica disponível a todos os pacientes no Brasil que possam vir a precisar da medicação. Espera-se que essa aprovação leve a maior aderência ao tratamento e gere benefícios em comodidade e flexibilização de regimes para esses pacientes.
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