Protocolo CEPHEUS garante resposta mais profundas e segurança na primeira linha dos pacientes com mieloma múltiplo.
A Anvisa aprovou um novo protocolo de tratamento indicado para pessoas com mieloma múltiplo recém diagnosticos que não são elegiveis ao transplante ou sem intenção inicial de transplantar. Esse esquema terapêutico, fundamentado no estudo CEPHEUS, mostrou resultados promissores, pois aprofunda a resposta à doença e oferece um maior controle do mieloma desde a primeira linha de intervenção.
O estudo CEPHEUS teve como objetivo avaliar a inclusão de daratumumabe ao esquema bortezomibe, lenalidomida e dexametasona (D-VRd), comparando-o com o regime padrão de tratamento (VRd). Foram incluídos 395 pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticados não elegiveis ao transplante ou sem intenção inicial de transplantar,sendo que, 197 receberam D-VRd e 198 receberam VRd. A pesquisa demonstrou benefícios significativos de D-VRd em todos os desfechos do estudo, sobretudo no desfecho primário de taxa de doença residual mínima (DRM) negativa.Nos resultados divulgados, 60,9% dos pacientes no braço D-VRd alcançaram DRM negativa (limite de detecção 10-5) associada a resposta de, no mínimo, resposta completa (RC), em comparação a 39,4% no braço VRd. Quando o nível de sensibilidade de DRM negativa foi aprofundado para 10-6, a taxa foi de 46,2% para D-VRd versus 27,3% para VRd. Além disso, a taxa de DRM negativa sustentada (avaliada em pelo menos dois momentos, com intervalo mínimo de 12 meses) também foi maior com D-VRd (48,7% vs. 26,3%).
Do ponto de vista clínico, o estudo destacou ainda que a taxa de RC ou melhor (≥RC) atingiu 81,2% com D-VRd, comparados a 61,6% com VRd. Em termos de sobrevida livre de progressão (SLP), houve redução de 43% no risco de progressão de doença ou morte no grupo tratado com a combinação D-VRd (HR:0,57; p=0,0005). Os dados de segurança se mostraram consistentes com o perfil já conhecido de cada fármaco da combinação, e a qualidade de vida dos pacientes também apresentou melhora ao longo do tratamento no braço com daratumumabe.
A aprovação do protocolo D-VRd pela Anvisa para pacientes inelegíveis ao TMO ou sem intenção inicial de transplantar amplia as opções terapêuticas no cenário do mieloma múltiplo no Brasil e reforça a importância de estratégias que aprofundem a resposta, como a obtenção da DRM negativa, e melhorem os desfechos a longo prazo. Essa aprovação sinaliza um importante avanço na abordagem de primeira linha, já que existem pacientes mais velhos e/ou com comorbidades, ou pacientes que não tem intenção inicial de transplantar, beneficiando-se assim de esquemas mais eficazes desde o diagnóstico.
Referências:
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Luis Natel
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Tainah Matos
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.