Estudo demonstrou que a utilização de ipilimumabe (anti-CTLA-4) em pacientes com melanoma metastático refratários à imunoterapia combinada de Relatlimabe (anti-LAG-3) e Nivolumabe (anti-PD-1) não oferece benefícios clínicos relevantes quando avaliada, principalmente, a sobrevida livre de progressão
Com o advento da imunoterapia com inibidores de checkpoints imunológicos muitas abordagens terapêuticas envolvendo essas moléculas (PD-1, CTLA-4, LAG-3, TIM-3, entre outros) vêm sendo estudadas clinicamente no intuito de se alcançar melhores taxas de resposta objetiva e aumento na sobrevida global de pacientes oncológicos.
Recentemente Tawbi et al¹. reportaram em coorte de pacientes com melanoma metastático sem tratamento prévio uma maior sobrevida livre de progressão (PFS, do inglês progression-free survival) quando tratados com terapia combinada de Relatlimabe (anti-LAG-3) e Nivolumabe (anti-PD-1) em detrimento daqueles em regime de monoterapia com Nivolumabe. Ainda que apresente resultados promissores, uma parcela de pacientes tratados com esse esquema terapêutico não responde ao tratamento e apresenta progressão da doença.
Tomando como base o uso de Ipilimumabe (anti-CTLA-4) em pacientes refratários à terapia com anti-PD-1, Menzies e colaboradores² avaliaram se o uso de um bloqueador de CTLA-4 em pacientes refratários à Relatlimabe+Nivolumabe poderia oferecer benefícios clínicos.
Frente a isso, o estudo publicado no The New England Journal of Medicine compreendeu um projeto multicêntrico de caráter retrospectivo. Nesse, 36 pacientes diagnosticados com melanoma metastático cuja doença progrediu durante tratamento com Relatlimabe+Nivolumabe, foram expostos à monoterapia com Ipilimumabe (n=19) ou à terapia combinada Ipilimumabe+Nivolumabe (n=17).
Essa coorte teve uma mediana de follow-up de 16,8 meses (intervalo de confiança de 95%, 11,5 – limite superior não atingido), tendo a resposta objetiva à terapia com anti-CTLA-4, conforme Response Evaluation Criteria in Solid Tumors (RECIST) versão 1.1, sido observada em apenas 11% dos pacientes (n=4). Quando avaliada a sobrevida livre de progressão, a mediana obtida foi de 2,6 meses (2,1 a 3,2) sendo que apenas 8% dos pacientes não apresentaram progressão até 1 ano de tratamento. Por fim, ao considerar a sobrevida global nessa coorte, a mediana obtida foi de 9,6 meses (6,2 – não atingido) e após 1 ano de estudo, 46% pacientes encontravam-se vivos.
Em suma, sustentada sobretudo pelos baixos valores de PFS obtidos, a administração de Ipilimumabe tanto em monoterapia quanto em terapia combinada com um anti-PD-1, não demonstrou nesses resultados iniciais ser uma boa alternativa de tratamento em pacientes com melanoma metastático refratários à terapia de Relatlimabe+Nivolumabe.
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