Estudo clínico de fase III, ClarIDHy, demonstra ganho em sobrevida livre de progressão e boa tolerância em pacientes com CCAm tratados com o inibidor da mutação IDH1
O colangiocarcinoma compreende uma malignidade de alta agressividade e letalidade que acomete os ductos biliares e possui poucas opções terapêuticas. Aproximadamente 50% dos colangiocarcinomas apresentam uma mutação acionável. Dentre os colangiocarcinomas intrahepáticos, 13%-20% apresentam mutações em IDH1 (isocitrato desidrogenase I), cujo produto metabólico interfere no processo de proliferação e diferenciação de células progenitoras hepáticas, levando ao desenvolvimento tumoral. O estudo clínico de fase III, ClarIDHy, avaliou a eficácia e segurança de ivosidenibe – um inibidor de IDH1 mutado – em pacientes com colangiocarcinoma localmente avançado ou metastático, IDH1 mutado, tratados anteriormente e que progrediram à quimioterapia padrão.
Foram incluídos e randomizados 185 pacientes, na proporção 2:1 (ivosidenibe = 124; Placebo = 61), sendo o endpoint primário do estudo a avaliação da sobrevida livre de progressão (SLP). Desta forma, o tratamento com ivosidenibe demonstrou uma maior SLPm, com um ganho de 2,7 meses (95%IC: 1,6-4,2) versus 1,4 meses (95%IC: 1,4-1,6) do grupo placebo, o que se traduz numa redução de 63% no risco de progressão ou óbito (HR = 0,37; 95%IC: 0,25-0,54. p<0,0001). O dado final da análise de sobrevida global mediana (SGm) foi publicado posteriormente. Pacientes tratados com ivosidenibe tiveram maior SGm versus o placebo (10,3m vs. 5.1m HR: 0,49 90%IC 0,34-0,70; P>0,001), quando avaliamos o braço placebo ajustado para o crossover (RPSFT). Adicionalmente à avaliação de eficácia, o medicamento também se apresentou bem tolerado, tendo sido reportados eventos adversos graves em 30% do braço Ivosidenibe versus 22% do braço placebo, sem nenhum óbito relacionado ao tratamento.
O estudo ClarIDHy traz luz à importância da medicina de precisão e de tratamentos focando cada vez mais em alvo-específicos como forma de melhorar o prognóstico nos diferentes grupos tumorais com mutações acionáveis. De modo específico, os resultados do estudo demonstram um benefício clínico da administração de ivosidenibe em pacientes com colangiocarcinoma localmente avançado e metastático, IDH1 mutado e refratários à quimioterapia; benefício esse evidente na sobrevida livre de progressão mediana e sobrevida global mediana, além de apresentar um perfil de segurança manejável e bem tolerado.
Desta forma, baseada nos resultados do estudo ClarIDHy, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do ivosidenibe (TIBSOVO®) para o tratamento de pacientes adultos com colangiocarcinoma localmente avançado ou metastático com mutação R132 no gene IDH1, previamente submetidos a até uma linha de tratamento sistêmico.
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