Este é o primeiro estudo com olaparibe em comprimidos a fornecer acompanhamento de longo prazo e dados finais de sobrevida global em câncer de ovário recidivado sensível à platina
Dra. Angélica Nogueira, oncologista clínica, professora da UFMG e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos comentou o SOLO/ENGOT-ov21, estudo fase 3 que avaliou o uso de olaparibe de manutenção em pacientes com câncer de ovário recidivado sensível à platina e mutação BRCA.
Pacientes com câncer de ovário recidivado sensível à platina e mutação em BRCA (BRCAm), que foram expostas a mais de duas linhas de tratamento e responderam à quimioterapia à base de platina mais recentemente, receberam olaparibe de manutenção (comprimidos de 300 mg 2x/dia) versus placebo.
As pacientes foram estratificadas por resposta à quimioterapia anterior (completa versus parcial) e duração do intervalo livre de platina (> 6 a 12 meses versus > 12 meses). A SG foi um desfecho secundário.
Na data final de análise dos dados (3 de fevereiro de 2020), o acompanhamento médio foi de 65 meses nos dois grupos de tratamento. Um benefício do tratamento a longo prazo foi observado com olaparibe versus placebo com um hazard ratio para SG de 0,74 (IC 95%: 0,54-1,00) no conjunto completo das análises (não ajustado para crossover; 38,4% dos pacientes tratados com placebo realizaram crossover para o grupo inibidor de PARP).
Com seguimento mediano de 5 anos, pelas estimativas das curvas de Kaplan-Meier, 28,3% das pacientes no braço olaparibe versus 12,8% no braço placebo estavam vivas e ainda não tinham recebido tratamento subsequente; 42,1% das pacientes com olaparibe versus 33,2% com placebo estão vivas. O perfil de tolerabilidade a longo prazo do olaparibe foi geralmente consistente com o relatado anteriormente, salvo a ocorrência de síndrome mielodisplásica e LMA que foi o dobro no braço terapêutico comparado ao placebo (8% versus 4%).
Na análise final do SOLO2, o olaparibe de manutenção proporcionou uma melhoria sem precedentes de 12,9 meses na SG mediana versus placebo. Este é o primeiro estudo com inibidores de PARP a demonstrar ganho de sobrevida global para pacientes com carcinoma epitelial de ovário.
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J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 6002). DOI:10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.6002
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