Dr. Rodrigo Munhoz, oncologista clínico do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, destaca três trabalhos relacionados à sarcoma, apresentados durante o ASCO 2020 Virtual Annual Meeting.
Estudo LMS-02 em leiomiossarcomas
O leiomiossarcoma (LMS) de partes moles e o leiomiossarcoma uterino são tumores raros, com prognóstico reservado quando metastáticos/irressecáveis. Foram apresentados os dados atualizados do LMS-02, um estudo de braço único, que avaliou a combinação de dodoxrrubicina e trabectedina em pacientes com leiomiossarcoma.
Uma publicação prévia já havia demonstrado taxa de resposta objetiva de 59,6% no subgrupo de pacientes com LMS uterino e de 39,3% no LMS de partes moles. Os resultados finais apresentados durante a ASCO 2020 são promissores quanto à sobrevida livre de progressão e à sobrevida global, com mediana de SG de 27,5 meses para o LMS uterino e 38,7 meses para o LMS de partes moles.
Quimioterapia perioperatória (neo- e adjuvante) em pacientes com sarcomas de extremidade e tronco
O estudo JCOG1306, do Japan Clinical Oncology Group, comparou o esquema de gemcitabina mais docetaxel com adriamicina mais ifosfamida em pacientes com sarcoma de partes moles (SPM) de alto grau de extremidade ou tronco, demonstrando que o esquema de gemcitabina mais docetaxel não atingiu o desfecho de não inferioridade em relação à adriamicina mais ifosfamida.
Com base no resultado dessa análise, o Comitê de Monitoramento e Segurança de Dados do JCOG, recomendou o término precoce do estudo. Na quimioterapia perioperatória para SPM de alto grau nas extremidades e no tronco, a combinação de IA permanece como regime padrão.
Imunoterapia neoadjuvante
Esse estudo de fase II avaliou a eficácia do uso de inibidores de correceptores imunes (ICI) no cenário neoadjuvante (nivolumabe [N] ou ipilimumabe/nivolumabe [I/N]) em pacientes com lipossarcoma desdiferenciado (LPSDD) retroperitoneal cirurgicamente ressecável ou sarcoma pleomórfico indiferenciado (SPI) de extremidade/tronco tratados com radioterapia neoadjuvante concomitante (RT, somente para SPI).
Apesar da limitada eficácia no LPSDD, observou-se elevada resposta, aferida através do grau de hialinização (como indicador de efeito do tratamento) e percentual de tumor residual, na coorte de pacientes com SPI. Além disso, houve significativa discrepância entre as respostas patológicas e radiológicas, um fenômeno bem documentado em sarcoma de partes moles.
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Referências:
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 11506). DOI:10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.11506
https://meetinglibrary.asco.org/record/186849/abstract
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 11505)DOI:10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.11505
https://meetinglibrary.asco.org/record/185571/abstract
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 11504). DOI:10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.11504
https://meetinglibrary.asco.org/record/185565/abstract
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