Resultados finais de sobrevida do estudo SPARTAN: apalutamida versus placebo em câncer de próstata resistente à castração não metastático - Oncologia Brasil

Resultados finais de sobrevida do estudo SPARTAN: apalutamida versus placebo em câncer de próstata resistente à castração não metastático

3 min. de leitura

SPARTAN demonstrou ganho de sobrevida com a combinação apalutamida e terapia de privação androgênica (ADT) versus placebo versus placebo + ADT

Durante o ASCO 2020 Virtual Annual Meeting, os resultados finais de sobrevida do SPARTAN foram divulgados. Este estudo randomizado de fase 3 avaliou apalutamida (APA) versus placebo (PBO) em pacientes com câncer de próstata resistente à castração não metastáticos (CPRCnm).

Dr. Fred Saad, professor e diretor do departamento de Uro-oncologia da Universidade do Hospital Central de Montreal (CHUM), é um dos autores e investigadores do trabalho e, no vídeo abaixo, destacou a importância dos resultados obtidos durante o follow up longo de 52 meses.

Em análise anterior, avaliou-se apalutamida (APA) versus placebo (PBO) em pacientes com câncer de próstata resistente à castração não metastáticos (CPRCnm) e um tempo de duplicação de PSA de ≤ 10 meses durante terapia de privação androgênica (androgen deprivation therapy, ADT). Na análise de desfecho primário da sobrevida livre de metástase (SLM), a APA melhorou significativamente a SLM mediana em 2 anos, bem como o tempo para metástase, a sobrevida livre de progressão e o tempo para progressão sintomática versus PBO (Smith, et al. NEJM 2018).

Neste estudo, 1.207 pacientes com CPRCnm foram randomizados 2:1 para APA (240 mg/dia) ou PBO mais terapia de privação androgênica (ADT). Na progressão, os pacientes poderiam receber acetato de abiraterona + prednisona fornecidos pelo sponsor. Depois que o desfecho primário de eficácia (sobrevida livre de metástase [SLM]) foi atingido, 76 pacientes no grupo PBO (19%) passaram para APA.

Sobrevida global (SG) e o tempo para quimioterapia citotóxica (TCx) foram testados por grupo de teste sequencial, com gasto da função do tipo alfa O’Brien-Fleming. Desfechos como tempo até o evento foram analisados pelo método de Kaplan-Meier e modelo Cox. Foi realizada uma análise de sensibilidade para SG, contabilizando o crossover através de uma abordagem de censoring naïve.

Com o acompanhamento de 52,0 meses, 428 eventos (dos 427 necessários) de SG ocorreram. Duração média do tratamento: APA 32,9 meses; PBO 11,5 meses. A mediana da SG foi significativamente maior com APA + ADT versus PBO + ADT (73,9 versus 59,9 meses; HR 0,784; p = 0.0161). APA aumentou significativamente o TCx (HR 0,629; p = 0.0002). As taxas de descontinuação (APA versus PBO) por progressão de doença foram 42,7% versus 73,9% e por eventos adversos (EA) foram de 15,2% versus 8,4%. A segurança foi consistente com os dados anteriores. Os eventos adversos de tratamento emergente (EATE) grau 3/4 de interesse especial foram rash 5,2%, fraturas 4,9%, quedas 2,7%, cardiopatia isquêmica 2,6%, hipotireoidismo 0% e convulsões 0%. Um EATE levando à morte (infarto do miocárdio) foi considerado potencialmente relacionado ao APA.

A conclusão do estudo mostrou que a combinação de APA + ADT melhorou significativamente a SG em comparação ao PBO + ADT em pacientes com CPRCnm, com SG mediana > 6 anos no grupo APA + ADT e 14 meses de melhora em relação ao PBO + ADT. O benefício da APA foi observado apesar de um crossover de 19% do PBO. O perfil de segurança do APA foi consistente com análises interinas prévias.

Se preferir ouça nosso Podcast:

Saiba mais:
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 5516). DOI:10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.5516
https://meetinglibrary.asco.org/record/187437/abstract

Smith, MR. Apalutamide Treatment and Metastasis-free Survival in Prostate Cancer. NEJM, 2018. 378:1408-1418.

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