Terapia pós-operatória pode ser reduzida em pacientes com câncer de orofaringe p16+ de "risco intermediário" submetidos a ressecção transoral, avalia estudo - Oncologia Brasil

Terapia pós-operatória pode ser reduzida em pacientes com câncer de orofaringe p16+ de “risco intermediário” submetidos a ressecção transoral, avalia estudo

2 min. de leitura

Tratamento cirúrgico transoral primário pode levar a uma abordagem pós-operatória menos intensa

Dr. Thiago Bueno, oncologista clínico do A.C.Camargo Cancer Center, comenta no vídeo abaixo o estudo ECOG-ACRIN 3311, do Grupo de Pesquisa em Câncer, que avaliou a terapia pós-operatória reduzida em pacientes com câncer de orofaringe (COF) p16+ de “risco intermediário” submetidos ao tratamento cirúrgico transoral primário.

Após a ressecção do tumor, o manejo do paciente foi determinado pelo risco patologicamente avaliado. Entre 353 pacientes elegíveis e tratados (randomizados para 50Gy versus 60Gy sem quimioterapia), foram registrados:
Braço A: 37 pacientes com margens livres, 0-1 linfonodo, nenhuma extensão extranodal (EEN),
Braço B (50Gy) e C (60Gy): 102 e 104 pacientes, respectivamente, com margens livres/próximas, 2-4 linfonodos + ou EEN ≤1mm;
Braço D: 110 pacientes, 60-66Gy mais cisplatina semanal, margem positiva em qualquer estágio T, > 4 linfonodos + ou> 1mm EEN.

O acompanhamento mediano foi de 31,8 meses. A sobrevida livre de progressão (SLP) de 2 anos para os braços A, B e C foi de 93,9%, 95,0% e 95,9%, respectivamente, enquanto no braço D foi de 90,5% (IC 90% = 85,9%, 95,3%). O regime de cirurgia transoral + radiação de baixa dose é considerado digno de mais estudos.

Dos 17 eventos de progressão, 7 foram locorregionais. Houve 10 recorrências a distância: Braço A = 1, Braço B = 2, Braço C = 4, Braço D = 3. Houve duas mortes relacionadas ao tratamento (uma cirúrgica e uma do braço D).

A ressecção transoral do COF p16 + é segura e resulta em bom resultado oncológico, apresentando uma abordagem promissora de desintensificação. Para pacientes com doença de baixo risco, a SLP de 2 anos é favorável sem terapia pós-operatória. Para aqueles com margens cirúrgicas não envolvidas, <5 linfonodos envolvidos e EEN mínima (<1 mm), redução da dose de RT pós-operatória, sem quimioterapia, parece suficiente.

Se preferir ouça nosso Podcast:

Referências:
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 6500)
https://meetinglibrary.asco.org/record/187340/abstract

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