Transplante autólogo deve permanecer o padrão atual de tratamento para pacientes com linfoma difuso de grandes células B recidivado, defende estudo - Oncologia Brasil

Transplante autólogo deve permanecer o padrão atual de tratamento para pacientes com linfoma difuso de grandes células B recidivado, defende estudo

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Estudo do Center for International Blood and Marrow Transplant Research foi apresentado na ASCO 2020

Uma das opções de terapia padrão de pacientes com linfoma difuso de grandes células B (DLBCL) recidivados e quimossensíveis envolve a consolidação com transplante autólogo (autoHCT). Desde 2017, no entanto, com a aprovação das células T CAR anti-CD19, estes pacientes com doença residual ao PET/CT após terapias de resgate estão recebendo cada vez mais células T CAR em vez de autoHCT.

Estudo do Center for International Blood and Marrow Transplant Research, apresentado no ASCO 2020 Virtual Annual Meeting, comparou os dois tratamentos após análise de dados de 249 pacientes com DLBCL recidivado e quimiossensível que atingiram apenas um PET/CT+ em RP antes do autoHCT.

A coorte foi dividida em dois grupos:
• falha precoce na quimioimunoterapia (FPQI) definida como doença refratária primária ou recaída dentro de 12 meses após o diagnóstico (182 pacientes);
• falha tardia na quimioimunoterapia (FTQI) definida como recaídas ≥12 meses (67 pacientes).

Os pacientes com FPQI tinham, mais frequentemente, estágios III-IV de diagnóstico (74% vs 54%, p = <0,01). O regime de condicionamento mais comum foi o BEAM (combinação das drogas quimioterápicas: carmustina, etoposide, citarabina e melfalano) em ambas as coortes.

As probabilidades ajustadas em 5 anos para sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global não foram diferentes entre as duas coortes: 41% vs 41% (p = 0,93) e 51% vs 63% (p = 0,09), respectivamente. A incidência cumulativa de recaída aos 5 anos em ordem semelhante foi de 48% vs 57% (p = 0,27). Na análise multivariada, em comparação com a FTQI, os pacientes com FPQI tiveram um risco aumentado de morte (HR = 1,61, IC 95% 1,05-2,46, p = 0,03), mas nenhum risco aumentado na SLP ou recidiva.

Sem dados randomizados que demonstrem superioridade da terapia com células T CAR em pacientes quimiossensíveis, esses achados apoiam fortemente que o autoHCT deve permanecer o padrão atual de tratamento para essa população de pacientes.

Referências:
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 8000)
https://meetinglibrary.asco.org/record/187064/abstract

 

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