Atualizações dos dados clínicos de ravulizumabe no tratamento da hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) - Oncologia Brasil

Atualizações dos dados clínicos de ravulizumabe no tratamento da hemoglobinúria paroxística noturna (HPN)

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Neste vídeo, o Dr. Marcos Laercio, médico hematologista da Fundação Hemopa e Hospital Adventista de Belém e Clínica CTO, apresenta os resultados de eficácia e segurança do Estudo 302 sobre o uso de ravulizumabe na terapia de pacientes com HPN, já tratados anteriormente com inibidor do complemento. Acesse e confira na íntegra! 

 

A Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) é uma doença hematológica genética desencadeada por mutações no gene da fosfatidilinositol glicano de classe A (PIG-A), que culmina na redução das proteínas de ancoramento CD55 e CD59 e, consequentemente, desencadeia a ativação descontrolada da via terminal do sistema complemento. As manifestações clínicas podem envolver sequelas clínicas como trombose, disfagia, dor abdominal, insuficiência renal e hipertensão. 

Em 2023 ocorreu a aprovação e início da comercialização do Ultomiris® (300 mg/3mL), um anticorpo monoclonal desenvolvido a partir de modificações na estrutura do eculizumabe que apresenta alta afinidade ao complemento C5, com ação mais prolongada de inibição da via terminal do complemento.  

Neste vídeo, o Dr. Marcos Laercio discute os dados Estudo 302, que avaliou a transição do tratamento de pacientes com HPN que utilizavam eculizumabe para o uso de ravulizumabe. O ensaio incluiu pacientes com idade superior a 18 anos, com tamanho de clone de granulócitos ou monócitos >5%, clinicamente estáveis com o uso de eculizumabe por 26 meses e vacinação meningocócica atualizada. Por outro lado, os critérios de exclusão foram alterações nos valores de DHL, presença de evento adverso vascular grave nos últimos 6 meses, porção de falência medular com maior atividade (plaqueta <30 x109/L ou contagem absoluta de neutrófilos <0,5 x 109/L no momento da triagem), histórico de transplante de medula óssea ou infecção por N. meningitidis e peso corporal menor do que 40 kg no momento da triagem. 

Após o screening por 4 semanas, os pacientes foram randomizados para tratamento com ravulizumabe vs eculizumabe (1:1) em manutenção até a 26ª semana. Na análise do período de extensão realizada até a 52ª semana, os pacientes que inicialmente estavam sob tratamento com ravulizumabe permaneceram neste regime e, aqueles que estavam sendo medicados com eculizumabe, migraram para o tratamento com ravulizumabe de acordo com a recomendação. Como endpoint primário, foi considerado o controle da hemólise pelos níveis de DHL e como endpoints secundários, a proporção de pacientes com hemólise de escape, alteração da qualidade de vida basal de acordo com a escala FACIT de fadiga, prevenção de transfusão e proporção de pacientes com níveis de hemoglobina (Hb) estabilizados. 

Ravulizumabe foi comprovado como não inferior a eculizumabe. Além disso, não foram registrados casos graves de hemólise de escape em pacientes no braço de ravulizumabe. O perfil de segurança se manteve dentro do esperado ao final da 52ª semana, destacando que em nenhum braço houve suspensão do tratamento. 

Dessa forma, o estudo demonstra que o tratamento com ravulizumabe apresenta inibição eficaz e sustentada do complemento C5 com perfil de segurança semelhante ao eculizumabe, com a vantagem adicional de reduzir o fluxo de pacientes aos centros de tratamento devido ao maior intervalo da posologia, proporcionando mais conforto aos pacientes.  

Neste vídeo, o Dr. Marcos Laercio apresenta uma atualização com detalhes sobre os resultados do ravulizumabe no tratamento de HPN. Acesse e confira na íntegra! 

 

Referência

Kulasekararaj AG, Hill A, Rottinghaus ST, et al. Ravulizumab (ALXN1210) vs eculizumab in C5-inhibitor-experienced adult patients with PNH: the 302 study. Blood. 2019;133(6):540-549. doi:10.1182/blood-2018-09-876805 

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