Tratamentos foram apresentados e debatidos durante o EHA 2021 por meio dos estudos de fase III ICARIA-MM e ANDROMEDA
O estudo de fase III ICARIA-MM avaliou a eficácia e segurança do isatuximabe, um anticorpo monoclonal IgG1anti-CD38, em regime com pomalidomida e dexametasona para mieloma múltiplo refratário e recidivado.
A média de tempo até a terapia seguinte foi de 15,5 meses com isatuximabe vs 8,9 meses com pomalidomida apenas (taxa de risco [TR] 0,56; 95 [IC] 0,42–0,74; P<0,0001), a média de sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 17,5 meses para o braço do medicamento e 12,9 meses para o grupo controle com pomalidomida. (TR 0,76; IC 95% (0,58–0,99); P=0,0202), duração média de tratamento foi de 47,6 semanas (1,3-171,6) com isatuximabe e de 24 semanas (1-168,6) no braço controle. A sobrevida global (SG) foi de 24,6 meses no grupo da droga e de 17,7 meses no braço controle (TR 0,76; IC95% 0.58–1,01). Eventos adversos graves ao tratamento foram referidos em 73% de isa-pd vs 60% de pacientes no grupo controle, sendo as mais comuns: reação à infusão (38%), infecções do trato respiratório superior (34%), diarreia (30%). Neutropenia e trombocitopenia foram mais comuns no braço de isatuximabe.
Concluiu-se que há benefícios significativos envolvendo o tempo até a terapia seguinte, a SLP e a SG. Não ocorreram novas análises de segurança até o momento.
O estudo ANDROMEDA, também de fase III, avaliou a adição de daratumumab, um anticorpo monoclonal IgG1 kappa, ao esquema padrão bortezomibe, ciclofosfamida e dexametasona (VCD). Os resultados foram promissores, principalmente relativos à segurança e remissão completa, o que levou à aprovação da droga para ingressar no esquema terapêutico para amiloidose.
Na análise de novembro de 2020, a duração média de tratamento foi de 18,5 meses para o grupo do medicamento e de 5,3 meses para o grupo com o tratamento padrão. A taxa de remissão completa hematológica foi de 59% no braço do estudo e de 19% no braço de VCD apenas, com uma razão de probabilidade de 5,9 [3,7–9,4] (IC 95%; P<0,0001) Respostas cardiovasculares e renais foram também significativamente maiores no grupo do estudo do que no braço controle, além de maiores taxas de resposta parcial.
Os pesquisadores concluíram que o daratumumab é uma opção terapêutica com segurança estabelecida, uso clinico prévio em outras doenças e com resultados promissores para amiloidose, representando uma nova alternativa terapêutica para pacientes com amiloidose de cadeia leve.
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