Avaliação da resposta mista no tamanho do tumor e na sobrevida em pacientes com cânceres raros tratados com terapia de duplo inibidor de checkpoint (DART SWOG S1609) - Oncologia Brasil

Avaliação da resposta mista no tamanho do tumor e na sobrevida em pacientes com cânceres raros tratados com terapia de duplo inibidor de checkpoint (DART SWOG S1609)

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O aumento no tamanho de pelo menos uma lesão está associada a piores desfechos de sobrevida, mesmo que outras lesões possam ter diminuído

 

Os critérios RECIST avaliam as mudanças na carga tumoral e têm sido utilizados na pesquisa do câncer há décadas. Mudanças na soma dos diâmetros máximos de lesões “alvo” são usadas para designar pacientes em categorias de resposta, incluindo resposta completa, resposta parcial, doença estável e doença progressiva. No entanto, pouco se sabe sobre as implicações da resposta mista, onde lesões dentro de um paciente mostram respostas contrastantes ao tratamento sistêmico. Esse trabalho avaliou os dados do Estudo Dual Anti-CTLA-4 e Anti-PD-1 em Tumores Raros (DART) SWOG S1609 para investigar a associação entre resposta mista e sobrevida entre pacientes tratados com terapia de duplo inibidor de checkpoint. 

Um total de 796 pacientes foram incluídos no ensaio clínico S1609 DART, que avaliou ipilimumabe mais ipivolumabe em subtipos sólidos raros de tumores. Todos os pacientes tinham doença mensurável pelo critério RECIST na entrada do estudo, e foram excluídos das análises devido inelegibilidade, n=47; não recebimento de nenhum tratamento do protocolo, n=23; morte antes do dia 65 (ponto de análise baseado no primeiro exame), n=86; 1 lesão alvo, n=153. Assim, 487 pacientes foram de fato analisados. Um corte de 5 mm para aumento/diminuição nas lesões foi usado para definir uma resposta mista. Modelos de regressão de Cox foram usados para avaliar as associações entre sobrevida (marcada no dia 65, estratificada por cesta) e categoria de resposta (referência de Doença Estável). 

Seis grupos foram identificados entre os 487 pacientes: nenhuma lesão mudou mais de 5 mm (n = 105), todas as lesões aumentaram mais de 5 mm (n = 69), todas as lesões diminuíram mais de 5 mm (n = 39), uma ou mais lesões aumentaram mais de 5 mm e uma ou mais lesões diminuíram mais de 5 mm (n = 24), uma ou mais lesões aumentaram mais de 5 mm e uma ou mais lesões não mudaram mais de 5 mm (em qualquer direção) (n =155), uma ou mais lesões diminuíram mais de 5 mm e uma ou mais lesões não mudaram mais de 5 mm (em qualquer direção) (n =95). De modo geral, os resultados sugerem que o aumento no tamanho de pelo menos uma lesão está associada a piores desfechos de sobrevida, mesmo que outras lesões possam ter diminuído. Esta análise destaca a importância de considerar a dinâmica das lesões tumorais e não apenas a resposta global ao tratamento na avaliação do prognóstico dos pacientes com cânceres. 

Esta é a primeira avaliação da associação entre resposta mista e desfechos de sobrevida entre pacientes com vários tumores recebendo terapia de duplo inibidor de checkpoint. Os desfechos de sobrevida são determinados pela lesão que se comporta “pior”; em outras palavras, ter um aumento em qualquer lesão está associado a piores resultados, mesmo que nem todas as lesões aumentem. 

 

Referências: 

Chae, YK et al. Evaluation of mixed response in tumor size and survival in patients with rare cancers treated with dual checkpoint inhibitor therapy (DART SWOG S1609). J Clin Oncol 42, 2024 (suppl 16; abstr 2514). ASCO® 2024. Disponível em: https://meetings.asco.org/abstracts-presentations/234025. Acessado em: 01/06/2024.  

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