Neste vídeo, o Dr. Eduardo Ribeiro, médico hematologista do Hospital Santa Lúcia – Brasília, discute a avaliação de pacientes do subgrupo com mieloma múltiplo 1q21+ do estudo IKEMA, apresentado na conferência anual da European Hematology Association – EHA 2023®. Acesse e confira na íntegra!
Dentre o perfil citogenético do mieloma múltiplo, um tipo de neoplasia hematológica incurável, o ganho ou amplificação de 1q21 (1q21+, ≥3 cópias) é uma das anormalidades cromossômicas mais frequentes que confere um prognóstico ruim aos pacientes portadores, uma vez que está possivelmente relacionado à resistência terapêutica e progressão da doença. O estudo IKEMA avaliou e estabeleceu o uso do anti-CD38 (isatuximabe) no tratamento de MM recidivado ao demonstrar ganho significativo em sobrevida livre de progressão (SLP; Hazard Ratio – HR = 0,58 [95,4% CI: 0,42-0,79]) e profundidade de resposta (MRD- e resposta completa; 26,3% em Isa-Kd vs. 12,2% em Kd).
Diante da anormalidade cromossômica 1q21+ e suas repercussões no curso clínico e terapêutico, Thierry Facon e demais investigadores avaliaram a eficácia de Isa-Kd em follow-up de 44,2 meses, considerando presença ou não de anormalidade cromossômica de alto risco (HRCA) e os subgrupos relacionados de 1q21+ isolado (≥3 cópias sem HRCA), ganho (1q21; ≥3 cópias, com ou sem HRCA) e amplificação (1q21; ≥4 cópias com ou sem HRCA).
No estudo, os braços Isa-Kd e Kd apresentaram, respectivamente 41,9% e 42,3% de status 1q21+, sendo 26,3% e 25,2% 1q21+ isolado, com ou sem HRCA; 24,0% e 30,1% ganho (1q21) e 17,9% e 12,2% amp (1q21). De modo geral, Isa-Kd apresentou benefícios em SLP e taxas de resposta parcial ou superior em todos os subgrupos avaliados, cabendo destaque a SLP em 1q21+ isolado, com ou sem HRCA (HR 0,50; 95% CI: 0,27–0,92).
A análise reforça os ganhos de isatuximabe no tratamento de MM recidivado/refratário e demonstra a aplicabilidade desse fármaco mesmo em contextos de prognóstico desfavorável com benefícios a longo-prazo. Sendo assim, além de suportar os achados pioneiros do estudo IKEMA, assegura Isa-Kd como uma opção efetiva em coorte difficult-to-treat com anormalidades cromossômicas 1q21+.
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