Neste vídeo, a Dra. Maura Romeo, médica hematologista da Santa Casa da Bahia, aborda as análises da administração de isatuximabe nos subgrupos citogenéticos Ultra-High-Risk (UHR) ou alto risco estendido (EHR) dos estudos ICARIA-MM e IKEMA, apresentadas na conferência anual da European Hematology Association – EHA 2023®. Acesse e confira na íntegra!
O mieloma múltiplo (MM) é uma malignidade hematológica que, apesar dos inúmeros avanços terapêuticos, segue sem possibilidade de cura, de modo que a maioria das novas terapias buscam controlar e reduzir as taxas de recorrência e refratariedade. Nesse cenário dois estudos, ICARIA-MM e IKEMA, contribuem com o contexto clínico do tratamento de MM ao avaliarem a eficácia do fármaco isatuximabe em diferentes regimes. O isatuximabe é um anticorpo monoclonal de alta afinidade que apresenta atividade antitumoral direcionada ao CD38, uma proteína altamente expressa em células do mieloma.
O estudo ICARIA-MM levou à aprovação do regime de isatuximabe + pomalidomida + dexametasona [Isa-Pd] em pacientes com MM recidivado e refratário que receberam previamente ao menos duas linhas anteriores, incluindo lenalidomida e inibidores de proteassoma. O estudo IKEMA, por sua vez, suporta um novo standard of care baseado em isatuximabe + carfilzomibe (inibidor de proteassoma) + dexametasona [Isa-Kd] comparativamente em pacientes com MM recidivado, tratados com uma a três linhas prévias. Portanto, em ambos os estudos, tornaram-se evidentes os benefícios e eficácia da inserção de isatuximabe nos respectivos planos terapêuticos, de modo que sua aprovação levantou a possibilidade de análises de subgrupos nas coortes do estudo ICARIA-MM e IKEMA em pacientes com alto risco estendido (EHR) ou Ultra-High-Risk (UHR) citogenético, que apresentam prognósticos ainda piores.
Frente a isso, Philippe Moreau e demais investigadores avaliaram a eficácia de isatuximabe nos subgrupos de pacientes com ausência de anormalidades cromossômicas (SR), EHR (uma anormalidade cromossômica) e UHR (duas ou mais anormalidades cromossômicas).
No estudo ICARIA-MM, foram avaliados 101 pacientes Isa-Pd (29 SR, 61 EHR e 11 UHR), dentre os quais todos os pacientes apresentaram ganho de sobrevida livre de progressão (SLP) independentemente da categoria de risco (SR: Hazard Ratio – HR=0,478 [95% CI: 0,263−0,866]; EHR: HR=0,645 [95% CI: 0,414−1,006]; UHR: HR=0,437 [95% CI: 0,188−1,018]).
De maneira similar, as avaliações do grupo Isa-Kd demonstraram resultados similares àqueles obtidos no estudo IKEMA, com ganho de SLP em todos os grupos tratados com isatuximabe (SR: HR=0,496 [95% CI: 0,294−0,839]; EHR: HR=0,531 [95% CI: 0,310−0,908]; UHR: HR=0,689 [95% CI: 0,343−1,385). No estudo IKEMA, destacam-se as avaliações das taxas de doença residual mínima negativa (MRD-), que apresentaram como resultado 44,6% em Isa-Kd vs. 18,6% em Kd em SR, 32.8% vs. 14.6% em EHR e 28.0% vs. 21.1% em UHR. O alcance de MRD- e resposta completa foi de 33,8% vs. 11,6%; 28,1% vs. 12,2% e 20,0% e 21,1%, respectivamente.
Dessa forma, as análises de subgrupos apresentadas reforçam os resultados primários de cada um dos estudos, demonstrando a eficácia e ganho de benefícios clínicos na utilização de isatuximabe, que se estendem para os grupos de pior prognóstico, como EHR e UHR.
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