Neste vídeo, o Dr. Aumilto Silva, Oncologista Clínico e Coordenador do Centro de Ensino e Pesquisa no Hospital Santa Catarina – Paulista, discute os resultados de estudos apresentados na SABCS 2023 fortalecem T-DXd 5,4mg/kg como regime terapêutico eficaz e seguro, indicando que a exposição ao fármaco está associada a melhor sobrevida global e que a eficácia não é impactada por algumas variáveis farmacocinéticas individuais. Acesse e confira na íntegra!
A superexpressão de HER2 está presente em cerca de 20% de todos os cânceres de mama diagnosticados, sendo um indicativo de um fenótipo mais agressivo e de pior prognóstico. Historicamente, o desenvolvimento de terapias alvo anti-HER2 melhoraram alguns desfechos, de modo que atualmente a terapia standard of care para pacientes HER2 metastáticos é o bloqueio desse receptor. O trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) é, portanto, um anti-HER2 conjugado à droga citotóxica, que tem ganhado atenção nos clinical trials. Esse fármaco já se encontra aprovado para pacientes com câncer de mama HER2+ tratados anteriormente com algum tipo de terapia anti-HER2.
Li C. e demais colaboradores apresentaram na SABCS 2023 resultados de uma análise realizada envolvendo os estudos DESTINY-Breast02 (DB-02) e DESTINY-Breast03 (DB-03) dando enfoque na relação entre a exposição farmacocinética de T-DXd (5,4mg/kg Q3W) e os desfechos eficácia/segurança. Iniciando pelas análises de eficácia, o estudo demonstrou que a exposição é um fator preditor de sobrevida global (p<0,01) no estudo DB-02, mas no DB-03 é uma covariante marginalmente significativa (p<0,05) que na análise multivariada não tem uma relevância tão expressiva. Essa avaliação indica, de modo geral, que a maior exposição ao remédio é um indicativo de maiores chances de sobrevivência. Essa associação não foi observada para sobrevida livre de progressão (SLP), no entanto, em ambos os estudos, o tratamento com o T-DXd ofereceu medianas de SLP mais duradouras quando comparado aos seus respectivos controles, indicando uma eficácia entre todas as faixas de exposição ao T-DXd 5,4mg/kg.
Com relação à exposição e segurança, o estudo demonstra uma relação estatisticamente significativa (p<0,01) entre uma maior exposição ao T-DXd e maior risco de toxicidades em qualquer grau e de doença intersticial pulmonar G3. Assim, abordando tanto as avaliações de exposição-eficácia quanto exposição-segurança, o estudo reforça a eficácia do regime T-DXd a 5,4mg/kg Q3W no contexto de câncer de mama HER2+ tratado previamente.
Em concordância a essa análise, C. Li também apresentou uma avaliação farmacocinética do T-DXd, agora voltada para diferentes populações de pacientes. Nessa análise, foram utilizados dados de pacientes com câncer de mama HER2+ de 12 estudos fases I a fase III e que receberam doses de 0,8-8mg/kg de T-DXd. Mediante avaliação de clearance do fármaco e o volume da distribuição desse em diferentes compartimentos corporais, o estudo demonstrou que mesmo que características como tipo de tumor, tamanho, função hepática, dentre outros, impactem na cinética do fármaco, não há impacto clínico estatisticamente significativo na eficácia nem segurança desse tratamento.
Ambos os estudos fortalecem a administração de trastuzumabe deruxtecana 5,4mg/kg, regime capaz de impactar positivamente na sobrevida global, com eficácia pouco afetada pelas características dos pacientes.
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