Neste vídeo, Dra. Renata D’Alpino, oncologista clínica do Centro Paulista de Oncologia e diretora científica do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), comenta sobre um estudo que caracterizou as respostas tumorais de pacientes com CHCi tratados com lenvatinibe
O carcinoma hepatocelular é o tipo mais comum de câncer de fígado, que é a terceira causa de morte por câncer em todo o mundo. A doença geralmente ocorre em pessoas com doença hepática crônica, particularmente cirrose, o que limita a viabilidade da cirurgia ressecção. O sorafenibe, um inibidor oral da multiquinase, foi a primeira terapia sistêmica comprovada para prolongar a sobrevida global quando usado como tratamento de primeira linha, mostrando uma melhora mediana de 2,8 meses em comparação com placebo (10,7 meses vs. 7,9 meses; taxa de risco [HR] 0,69; p<0,001), apesar de uma baixa taxa de resposta de 2%.
No estudo clínico REFLECT, o lenvatinibe, um inibidor oral multiquinase que tem como alvo os receptores 1-3 do VEGF, os receptores 1-4 do FGF, o receptor α do PDGF, RET e KIT, demonstrou não-inferioridade ao sorafenibe com base na sobrevida global de pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável (CHCi) (mediana 13,6 vs. 12,3 meses; HR 0,92, IC 95% 0,79–1,06). A taxa de resposta objetiva (ORR) com lenvatinibe foi de 18,8% por revisão de imagem independente cega (IIR) por RECIST v1.1; e a ORR por IIR cego por mRECIST foi de 40,6%. Durante a Reunião Anual da ASCO de 2022 foi apresentado um estudo que caracterizou as respostas tumorais de pacientes com CHCi tratados com lenvatinibe no REFLECT.
As avaliações de ORR incluíram todos os pacientes aleatoriamente designados para tratamento com lenvatinibe. O tempo para a primeira resposta objetiva (TTR) e a duração da resposta (DOR) foram calculados entre os pacientes que alcançaram uma resposta tumoral parcial ou completa. Os tumores foram avaliados por IIR por RECIST v1.1 ou mRECIST.
478 pacientes foram randomizados para receber lenvatinibe. Entre os 90 pacientes (18,8%) que alcançaram uma resposta objetiva por IIR por RECIST v1.1, a TTR mediano foi de 2,8 meses (intervalo 1-29) e a DOR mediano foi de 7,4 meses (IC 95% 5,6-9,2). Dos 194 pacientes que tiveram uma resposta objetiva por IIR por mRECIST, TTR mediano foi de 1,9 meses (intervalo 1-15) e DOR mediano foi de 7,3 meses (IC 95% 5,6-7,4).
Notavelmente, entre os respondedores por IIR por RECIST v1.1 (n = 90), a sobrevida global mediana foi de 23,4 meses (IC 95% 17,6–26,3), a duração mediana do tratamento foi de 10,3 meses e 65,6% dos pacientes experimentaram eventos adversos de grau ≥3 relacionados ao tratamento.
Esta análise concluiu que os pacientes com CHCi tratados com lenvatinibe alcançaram respostas objetivas com uma frequência semelhante àquelas observadas com inibidores de checkpoint imunológico de agente único. Ainda, as respostas tumorais ocorreram independentemente das características basais, além de terem ocorrido precocemente e sido duráveis.
Segundo Dra. Renata D’Alpino, esta é uma opção de primeira linha que precisamos revisitar, pois, apresenta taxas de respostas interessantes. No vídeo, a especialista faz uma análise completa dos dados deste estudo. Vale a pena conferir o conteúdo completo!
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