No vídeo, o Dr. Pedro de Marchi, oncologista clínico do Grupo Oncoclínicas, no Rio de Janeiro (RJ), traz uma contextualização sobre o assunto, apresenta o cenário de terapias anti-ALK e aborda resistência e sequenciamento
O tratamento do câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) passou por uma mudança de paradigma na última década. A caracterização molecular da doença levou ao rápido desenvolvimento da medicina de precisão, fornecendo uma gama cada vez maior de terapias alvo disponíveis aos pacientes1. Nesse vídeo, o Dr Pedro de Marchi, oncologista clínico do Grupo Oncoclínicas do Rio de Janeiro, comenta as atualizações no tratamento de pacientes com CPNPC ALK-positivo, em que as terapias com inibidores de tirosina quinase (TKI) tem se tornado o principal arsenal terapêutico para essa população de pacientes.
Há cerca de 40.000 casos de CPNPC ALK-positivo diagnosticados ao redor do mundo a cada ano, e as características dos pacientes acometidos pela doença geralmente envolvem indivíduos mais jovens (idade média de 52 anos), não tabagistas e com histologia de adenocarcinoma. A alteração dos tumores de pulmão ALK-positivos mais conhecida é a fusão EML4-ALK, que leva à ativação, proliferação e sobrevivência das células tumorais; o diagnóstico da fusão ou rearranjo do ALK é tipicamente realizado por hibridização fluorescente in situ (FISH), imunohistoquímica (IHC) ou sequenciamento de próxima geração (NGS) do tecido tumoral1.
Após a comprovação da eficácia do crizotinibe (um TKI de primeira geração direcionado aos tumores com alteração em ALK6), os inibidores de próxima geração, como alectinibe e brigatinibe, receberam aprovação para uso em pacientes CPNPC ALK-positivos que falharam anteriormente ao crizotinibe. As medicações também foram aprovadas na primeira linha de terapia aos pacientes virgens de tratamento8,9.
Quanto às novas terapias direcionadas ao ALK, destaca-se o lorlatinibe, um inibidor de terceira geração, que apresenta atividade antitumoral comprovada em pacientes com CPNPC avançado ALK-positivo após falha de terapia sistêmica prévia. Mais recentemente, a medicação também foi aprovada na primeira linha de tratamento pelo FDA americano e Anvisa, de acordo com os dados do CROWN (NCT03052608), um estudo randomizado, multicêntrico, aberto e controlado, que demonstrou a superioridade do lorlatinibe versus crizotinibe para taxa de resposta objetiva (76% versus 58%) e para sobrevida livre de progressão (HR 0,28; IC 95% 0,19-0,41; p < 0,0001), em pacientes com CPNPC metastático ALK-positivo virgens de tratamento para doença avançada. Além disso, nos indivíduos com lesões mensuráveis em SNC, a taxa de resposta intracraniana foi de 82% e 23%, respectivamente. Os dados de sobrevida global ainda são imaturos2-5.
As reações adversas mais comuns (incidência ≥ 20%) em pacientes recebendo lorlatinibe, incluindo anormalidades laboratoriais de Grau 3-4, foram edema, neuropatia periférica, ganho de peso, alterações cognitivas, fadiga, dispneia, artralgia, diarreia, alterações do humor, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e tosse5-7.
Diante de tantos avanços, ainda restam dúvidas sobre a melhor abordagem aos pacientes cujos tumores desenvolvem resistência à terapia com inibidores de ALK, representando um grande desafio clínico e exigindo esforços para o desenvolvimento de novos tratamentos.
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