O uso de agentes anti-PD(L) 1 para câncer de ovário ainda não se demonstrou particularmente eficaz, em comparação à quimioterapia convencional ou ao uso de terapia-alvo. Pensando num potencial sinergismo entre imunoterapia e agentes antiangiogênicos, um novo estudo de fase II, publicado no JAMA Oncol., testou o potencial antineoplásico da combinação de nivolumabe (NIVO) e bevacizumabe (BEV), para mulheres com neoplasias epiteliais de ovário refratárias a tratamento sistêmico.
Com mulheres que haviam progredido a 1 a 3 linhas de tratamento, o trabalho avaliou a taxa de resposta objetiva (TRO) à associação de NIVO e BEV, administrada a cada duas semanas. Das 38 pacientes recrutadas, 18 apresentavam doença considerada resistente à platina. Testes para expressão de PD-L1 foram realizados em amostras de 36 pacientes, evidenciando uma expressão < 1% em 61,1% dos tumores.
A TRO foi de 28,9% (IC 15,4%-45,9%), com taxas de 40,0% no subgrupo sensível à platina e de 16,7% no subgrupo de doença resistente à platina. A sobrevida livre de progressão median foi de 8,1 meses e a maioria das respondedoras (10 pacientes) tinha PD-L1 < 1%.
O estudo representa uma potencial alternativa a ser testada para pacientes com câncer de ovário sensível à platina, porém novos dados de eficácia ainda são aguardados antes de se prever uma aplicabilidade clínica da estratégia e novos biomarcadores seriam interessantes para garantir melhor seleção de pacientes para essa combinação. Saiba mais no JAMA Network.
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