Confirmada a eficácia de larotrectinibe em tumores gastrointestinais avançados com fusão TRK - Oncologia Brasil

Confirmada a eficácia de larotrectinibe em tumores gastrointestinais avançados com fusão TRK

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Os receptores transmembrana de tropomiosina quinase (TRKA, TRKB e TRKC) são codificados pelos genes NTRK (NTRK1, NTRK2 e NTRK3, respectivamente) e podem sofrer rearranjo estrutural causado por fusão gênica que resulta na formação de proteínas quiméricas. Estas são consideradas drivers tumorais e emergiram como novos alvos moleculares presentes em diversas neoplasias sólidas.

Demonstrou-se que inibidores seletivos das proteínas de fusão apresentam atividade robusta e durável nesse cenário, dados que levaram à aprovação do larotrectinibe como terapia agnóstica pelas agências FDA e ANVISA. Em tumores gastrointestinais, a fusão TRK está presente em menos de 1% dos casos.

Estudo recentemente apresentado no Simpósio ASCO GI em San Francisco corroborou a eficácia de larotrectinibe no subgrupo de pacientes com tumores gastrointestinais que carreiam a fusão. Quatorze indivíduos portadores de doença avançada foram incluídos na análise, derivados dos trials NCT02122913, SCOUT (NCT02637687) e NAVIGATE (NCT02576431), dos quais nove haviam sido expostos a duas ou mais linhas terapêuticas prévias. Quanto aos sítios primários, abrangeu-se câncer de cólon (N = 8), vias biliares (N = 2), pâncreas (N = 2), apêndice cecal (N = 1) e hepatocarcinoma (N = 1).

A taxa de resposta global (TR) foi 43% (IC 95%, 18% – 71%) e 50% em indivíduos com câncer de cólon. A mediana de tempo para resposta foi 1,8 meses (1,7 – 2,1). A duração da resposta variou de 3,5 meses a mais de 14,7 meses. Após 19 meses de follow-up mediano, a sobrevida global (SG) foi 33,4 meses (IC 95%, 2,8 – 36,5). A taxa de sobrevida livre de progressão (SLP) em 6 meses foi 22% e em 1 ano, 11%.

A SG em 1 ano correspondeu a 69%. Sete dos oito pacientes com câncer de cólon apresentavam instabilidade de microssatélites (MSI-H), achado consistente com dados da literatura que associam a presença de fusão TRK com deficiência de mismatch repair (dMMR).

Tais resultados evidenciam o papel promissor do larotrectinibe, principal representante dessa nova classe de drogas-alvo, também em tumores gastrointestinais e ressaltam a importância da pesquisa de fusões TRK na prática clínica sempre que possível.

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