O câncer de pulmão é o mais frequente em todo o mundo e corresponde a 11,6% do total de neoplasias estimados em 2018 – 2,1 milhões de casos novos em todo o mundo. Destes, 58% ocorrem em países menos desenvolvidos. Além da elevada incidência, o câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer no mundo, totalizando cerca de 1,8 milhão de mortes em 2012, 18,4% do total de mortes por câncer. No Brasil, a estimativa para 2018-2019 é de 18.740 casos novos por ano entre homens e 12.530 entre mulheres, ocupando assim a segunda e a quarta posição em incidência em homens e mulheres, respectivamente. No decorrer dos anos, a maior parte dos países tem identificado aumento da incidência de câncer de pulmão em mulheres e redução da incidência em homens. Isso pode ser explicado pelo aumento inicial e declínio subsequente na prevalência do tabagismo entre homens, processo este que foi seguido por mulheres posteriormente.
O câncer de pulmão compreende vários tipos histológicos, incluindo câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) e os diferentes tipos de câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC). Este subtipo representa cerca de 80% dos casos e compreende principalmente o adenocarcinoma, o carcinoma de células escamosas e o carcinoma de grandes células.
Nos últimos anos, os esforços se direcionaram para um melhor entendimento do processo da carcinogênese, a fim de otimizar o desenvolvimento de novas terapias e melhorar os resultados do tratamento. Neste contexto, a descoberta dos chamados biomarcadores moleculares tornou-se um marco na história da oncologia clínica. No adenocarcinoma pulmonar, vários oncogenes foram identificados e caracterizados, geralmente ativados por mutações, translocações ou amplificações gênicas. Essas alterações são utilizadas como o “calcanhar de Aquiles” para direcionar o tratamento de alvo molecular dentro de um conceito de medicina personalizada. Os genes mais frequentemente afetados são o EGFR, ALK, ROS1, RET, MET, BRAF, entre outros. Embora KRAS seja comumente mutado, este carece de terapias alvo. A pesquisa destas alterações está indicada nos casos de adenocarcinoma pulmonar, ou em casos de outro tipos histológicos porém com biópsias exíguas ou em não tabagistas.
A imunoterapia foi recentemente incorporada no arsenal terapêutico do câncer de pulmão. Entre os inibidores da via PD1/PD-L1 estão o nivolumabe, pembrolizumabe, atezolizumabe e o durvalumabe, todos já em uso clínico. Os biomarcadores preditivos incluem a expressão de PD-L1 (através de imunohistoquímica) e a pesquisa da carga mutacional tumoral (através de next generatation sequencing).
Luiz Henrique Araujo, MD, PhD
Médico Oncologista e Pesquisador do Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Diretor Científico do Americas Oncologia | Instituto COI
Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – Regional RJ
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