CPX-351 em combinação com venetoclax é tolerável em pacientes com leucemia mieloide aguda, segundo estudo - Oncologia Brasil

CPX-351 em combinação com venetoclax é tolerável em pacientes com leucemia mieloide aguda, segundo estudo

4 min. de leitura

CPX-351 mais 7 dias de venetoclax é tolerável, com toxicidades aceitáveis em pacientes com LMA R/R e demonstrou atividade encorajadora, particularmente naqueles que não haviam recebido venetoclax anteriormente

Estudo – liderado pela equipe de Tapan M. Kadia, MD, do Departamento de Leucemia do MD Anderson Cancer Center (EUA) e apresentado no 62º Congresso Anual da ASHinvestigou a segurança e a eficácia do venetoclax (Ven) combinado com CPX-351 em pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA) recidivante/refratária.

CPX-351 é uma formulação lipossomal de citarabina (araC) e daunorrubicina em uma razão molar fixa que está atualmente aprovada para o tratamento de pacientes com LMA relacionada à terapia ou LMA secundária (LMA-s) decorrente de síndrome mielodisplásica (SMD) prévia.

Pesquisas anteriores mostraram que o CPX-351 leva a taxas de resposta mais altas, melhor tolerabilidade e sobrevida em pacientes com LMA secundária quando comparado com 7 + 3. Além disso, a adição de venetoclax a agentes hipometilantes (HMAs) também leva a uma maior melhora na taxa de resposta e sobrevivência do que os agentes hometilantes isoladamente.

Foram inscritos 18 pacientes com idade média de 51 anos no estudo. No geral, 94% deles tiveram LMA recidivante/refratária e receberam em média duas terapias anteriores.

A dose de CPX-351 foi constante:  daunorrubicina 44 mg/m² + araC 100 mg/m² IV em D1, D3 e D5 de indução e daunorrubicina 29 mg/m² + araC 65 mg/m² IV em D1 e D3 durante a consolidação.

A dose inicial efetiva de Ven foi 300 mg (no nível de dose -1) em D2-21 para a coorte de segurança, composta por pacientes com LMA R/R. A interrupção de Ven após D14 era permitida se a medula óssea (MO) no D14 fosse hipocelular e sem evidência de leucemia. Os ajustes de dose de Ven foram feitos para inibidores moderados e fortes do CYP3A concomitantes.

Ao encontrar 3/6 pacientes com dose limitante do tratamento (DLT; citopenias > 43 dias), o nível de dose -2 foi explorado (Ven 300mg em D2-8) e expandido. Uma vez que a segurança foi confirmada, duas coortes de expansão foram abertas para confirmar a segurança e eficácia: Coorte A para pacientes com LMA R/R e Coorte B para aqueles com LMA recém-diagnosticada. Pacientes com função orgânica adequada, ECOG < 2, foram permitidos no estudo, assim como exposição prévia ao Ven.

A distribuição dos 18 pacientes ocorreu da seguinte maneira: 12 (67%) na coorte de introdução, cinco (28%) na Coorte A e um (6%) na coorte B. No geral, 17 (94%) tinham LMA R/R com uma média de duas terapias anteriores e um (6%) paciente com LMA secundária recémdiagnosticada tratada.

Nove (50%) pacientes tinham cariótipo adverso, incluindo 6 (33%) com cariótipo complexo e 6 (33%) com mutações TP53. Sete (41%) pacientes com LMA R/R receberam Ven. Houve um paciente com LMA recém-diagnosticada (tratamento com HMA + Ven e TCTH previamente para SMD) que atingiu uma resposta completa através de doença residual mínima (DRM) negativa. De 16 pacientes com LMA R/R avaliáveis para resposta, houve 1 (6%) RC, 5 (31%) RC com recuperação hematológica incompleta (RCi) e 1 (6%) estado morfológico livre de leucemia (MLFS) para uma TRO de 44%. A TRO foi de 60% (6/10) em pacientes sem exposição prévia ao Ven, em comparação com apenas 17% (1/6 avaliável) entre aqueles que receberam previamente Ven.

86% dos pacientes que responderam (6/7) receberam transplante de células do tronco hematopoiéticas (TCTH). A mediana da sobrevida global foi de 6,4 meses, com uma taxa aos 6 meses de 53%. Entre os respondedores, as medianas de SG e da sobrevida livre de recidiva (SLR) não foram alcançadas. As taxas de SG e de SLR em 6 meses foram ambas de 86%. As taxas de mortalidade em 4 e 8 semanas foram 11% e 22%, respectivamente.

Segundo os autores, o nível de dose inicial -1 estava acima da dose máxima tolerada da combinação. As toxicidades limitantes da dose foram neutropenia e trombocitopenia prolongadas. Os eventos adversos graves mais frequentes classificados de graus 3 e 4 foram infecção, náusea, pneumonia e mielossupressão.

CPX-351 mais 7 dias de venetoclax é tolerável, com toxicidades aceitáveis ​​em pacientes com LMA R/R e demonstrou atividade encorajadora, particularmente naqueles que não haviam recebido venetoclax anteriormente, concluíram os pesquisadores. Eles indicaram que o estudo continuará a envolver coortes de recaídas e da linha de frente. 

 

Referência: 

Kadia TM, et al. Phase II Study of CPX-351 Plus venetoclax in Patients with Acute Myeloid Leukemia (AML). Abstract 28. Presented at: 62nd ASH Annual Meeting and Exposition, 2020. 

 

 

Aviso Legal: Todo conteúdo deste portal foi desenvolvido e será constantemente atualizado pela Oncologia Brasil, de forma independente e autônoma, sem qualquer interferência das empresas patrocinadoras e sem que haja qualquer obrigação de seus profissionais em relação a recomendação ou prescrição de produtos de uma das empresas. As informações disponibilizadas neste portal não substituem o relacionamento do(a) internauta com o(a) médico(a). Consulte sempre seu médico(a)! 

Conteúdo restrito para médicos, entre ou crie sua conta gratuitamente

Faça login

Crie sua conta

Apenas médicos podem criar contas, insira abaixo seu CRM e Estado do CRM para validação