Resultados iniciais com coorte reduzida já demonstram alto potencial de seribantumabe, um anti-HER3, em garantir resposta e controle da doença atrelados a um bom perfil de segurança em tumores sólidos NRG1+, principalmente CPNPC
O oncogene NRG1 trata-se de uma fusão decorrente de rearranjos do DNA que levam à ativação das vias mediadas pelas proteínas da família ErB (ERBB3/HER3) que culminam em proliferação celular anormal. Ainda que rara, essa fusão é um driver encontrado em aproximadamente 0,2% de todos os tumores sólidos, tornando-se uma possível abordagem terapêutica, já que esses pacientes NRG1+ têm pior prognóstico com as terapias disponíveis. Neste sentido, seribantumabe é um anticorpo monoclonal anti-HER3 totalmente humano que suprimiu o crescimento tumoral em modelos pré-clínicos dirigidos por fusão NRG1.
Diante desse cenário, o estudo clínico de fase II, CRESTONE, avalia o emprego de seribantumabe (3g/semana), anti-HER3, em pacientes com tumores sólidos localmente avançados ou metastáticos que possuem fusões de NRG1. Com essa finalidade o estudo aqui apresentado aborda os resultados da coorte 1 (n=15) composta por pacientes com ao menos uma terapia anterior, porém virgens de terapia alvo anti-ERBB. O resultado abordado e discutido são aqueles referente à taxa de resposta objetiva (ORR) avaliada por RECIST v1.1.
Dentre os pacientes incluídos no estudo, 67% eram do sexo feminino, sendo a mediana de idade de 61 anos (44-76). 92% dos pacientes foram diagnosticados com câncer de pulmão de não-pequenas células (CPNPC). Dentre os 12 pacientes avaliados por RECIST, a ORR foi de 33% e a taxa de controle da doença foi de 92% (2 respostas completas, 2 respostas parciais, 7 casos de doença estável e 1 progressão). Como o estudo segue em andamento, 53% da coorte total segue em tratamento incluindo 2 pacientes com CPNPC com resposta objetiva há 9,7 e 11,5 meses.
Dada eficácia avaliada acima, a segurança foi determinada pela avaliação de toxicidades relacionadas ao tratamento de modo que não houve nenhuma interrupção ou redução de dose, bem como nenhuma toxicidade graus 4 ou 5. As toxicidades leves (graus 1 e 2) mais notificadas foram diarreia (42%), fadiga (40%) e rash (31%), e um único caso de vômito relacionado ao tratamento (G3). Esses parâmetros reforçam a tolerabilidade de seribantumabe.
Os resultados iniciais do CRESTONE demostram a capacidade de seribantumabe em induzir não só resposta anti-tumoral, mas uma resposta duradora e atrelada a um bom perfil de segurança, dando suporte à continuidade desse estudo em tumores sólidos NRG1+.
Referência:
Daniel R. Carrizosa et al. CRESTONE: Initial efficacy and safety of seribantumab in solid tumors harboring NRG1 fusions. ASCO 2022
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