Neste vídeo, Dr. Marcelo Capra, médico hematologista do Hospital Mãe de Deus, comenta sobre as atualizações dos dados do estudo MAIA, apresentados na conferência anual The European Hematology Association – EHA.
As atualizações mostram que a administração de daratumumabe + lenalidomida + dexametasona, independentemente de insuficiência renal de base, oferece perfis de resposta mais precoces e duradouros, além de melhora das queixas iniciais dos pacientes.
O estudo clínico de fase III MAIA foi desenhado no intuito de se avaliar sobretudo a eficácia e segurança do esquema de daratumumabe (D) + lenalidomida e dexametasona (Rd) em comparação com o tratamento padrão-ouro lenalidomida e dexametasona em pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo inelegíveis ao transplante autólogo de células tronco. Proposto nesse estudo, o daratumumabe é um anticorpo monoclonal anti-CD38 cujo bloqueio contribui para a atividade antitumoral e imunomoduladora¹.
Resultados anteriores desse estudo demonstraram que a proposta de tratamento com daratumumabe + Rd (D-Rd) aumentou a sobrevida livre de progressão, sobrevida global, duração de resposta e melhorou os desfechos reportado pelos pacientes (PROs). No EHA 2022, Thierry Facon² e colaboradores apresentam resultados de nova análise em um subgrupo do estudo, onde avaliaram o tempo até a resposta, duração da mesma e PROs.
Dois braços foram comparados na coorte de pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo (NDMM) inelegíveis ao transplante. 368 pacientes receberam D-Rd e 369 receberam apenas Rd, em ambos, por ciclos de 28 dias até a progressão da doença ou até o desenvolvimento de toxicidades clinicamente inaceitáveis.
Dentre os parâmetros de eficácia, após mediana de follow-up de 56,2 meses, os pacientes tratados com D-Rd tiveram menores medianas de tempo até uma boa resposta parcial ou superior (≥VGPR) e também de tempo até resposta completa ou superior (≥CR) quando comparada aos pacientes em Rd (VGPR: 3 meses vs. 4,7; CR: 10,7 meses vs. 13,2). Aqueles pacientes que alcançaram ≥CR ou resposta parcial tratados com D-Rd têm maior taxa de não progressão dentro de 48 meses em detrimento de Rd.
A presente análise do MAIA avaliou, ainda, subgrupos de pacientes com insuficiente renal (Baseline CrCl ≤60 mL/min) presentes em 44% D-Rd e 38% Rd. Esse subgrupo apresentou, também, tempos reduzidos até resposta (VGPR e CR) naqueles tratados com D-Rd. A avaliação de desfechos reportado pelos pacientes (PROs) foi realizado por meio do questionário EORTC QLQ-C30 e demonstrou no subgrupo com insuficiência renal uma melhora das queixas iniciais (fadiga, náusea e vômito) em tratamento com D-Rd. Notou-se, também redução significativa do score relacionado à dor no esquema terapêutico de com daratumumabe (least squares mean change from baseline: -14,9 vs. -7,0; p = 0,0241).
Resultados referentes ao estudo MAIA reforçam o uso de daratumumabe + lenalidomida e dexametasona (Rd) em pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo inelegíveis ao transplante autólogo de células tronco mesmo com insuficiência renal, oferecendo respostas mais rápidas e duradouras e também melhoras nas queixas iniciais dos pacientes.
No vídeo, Dr. Marcelo Capra discute os resultados apresentados, abordando os possíveis impactos na prática clínica. Vale a pena assistir e conferir o conteúdo completo!
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