Vários dados promissores marcaram as sessões de melanoma no ASCO 2019, conforme destacou o Dr. Axel Hauschild, especialista em oncologia cutânea da Universidade de Kiel (Alemanha). O dermato-oncologista elegeu os 4 principais estudos sobre o tema (veja no vídeo deste post) apresentados no evento que ocorreu em Chicago (EUA), entre os dias 31 de maio e 04 de junho.
O primeiro destaque foi uma análise combinada de 6 estudos (Abstract 9503) de neoadjuvância, que avaliaram o benefício de imunoterapia ou de terapia-alvo pré-operatórias, para pacientes com melanoma estádio III, revelando acentuadas taxas de resposta patológica completa (RPC) desses esquemas, principalmente da combinação de nivolumabe e ipilimumabe. A imunoterapia também demonstrou um duradouro benefício, uma vez que nenhum dos pacientes com RPC após uso de inibidores de checkpoints imunológicos apresentou recorrência da doença durante o seguimento do estudo. O oncologista ressaltou que esses dados consolidam ainda mais o papel da neoadjuvância para melanomas ressecáveis, estabelecendo a terapia sistêmica como parte integrante do atual paradigma de tratamento desses tumores.
Outro destaque foi o resultado do estudo COMBI-i (Abstract 9531), particularmente a alta taxa de resposta clínica completa (42%) da combinação do anti-PD-1 spartalizumabe a dabrafenibe e trametinibe, em primeira linha para pacientes com melanoma metastático e mutação de BRAF. O estudo de fase III é aguardado para confirmação dos dados e tem potencial de mudança do padrão atual de tratamento, segundo o Dr. Hauschild.
Um terceiro trabalho ressaltado pelo especialista foi a análise combinada dos estudos COMBI-v e COMBI-d (Abstract 9507), que trouxe os resultados de 5 anos da combinação de dabrafenibe e trametinibe em melanoma metastático e mutação de BRAF. Houve confirmação do benefício já visto anteriormente, com 34% de pacientes vivos em 5 anos e 19% dos pacientes sem progressão nesse período. O trabalho foi publicado no NEJM, posteriormente à apresentação (acesse no link: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1904059).
O oncologista também ressaltou os dados da combinação de nivolumabe e bempegaldesleukin para melanoma metastático, um estudo fase II com taxas de resposta de 53%. O estudo de fase III (Abstract TPS9601) encontra-se em recrutamento, com potencial de evidenciar uma nova opção de tratamento nesse cenário.
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