Dose fixa de nivolumabe promove melhor adesão ao tratamento - Oncologia Brasil

Dose fixa de nivolumabe promove melhor adesão ao tratamento

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A imunoterapia em oncologia está revolucionando o tratamento de diversos tipos de câncer, com resultados promissores mesmo em cenários de doenças avançadas ou metastáticas. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou a dose fixa do anti-PD-1 nivolumabe. A mudança torna a administração do medicamento mais simples para todas as indicações.

O imunoterápico passa a ser administrado em doses fixas de 240 mg a cada duas semanas e 480 mg a cada quatro semanas. Com intervalo de tempo maior entre as doses, antes realizada em esquemas de 3 mg/kg a cada duas semanas. Agora, em vez da dosagem dependente do peso de cada paciente, é possível usar nivolumabe na dose fixa de 240mg a cada duas semanas, ou 480mg a cada quatro semanas, além de diminuir o tempo de infusão de 60 para 30 minutos.

Nesse contexto, o Dr. James Larkin, oncologista do Royal Marsden Hospital, de London (UK), comenta sobre sua experiência clínica com a dose fixa do imunoterápico anti-PD-1 nivolumabe. A comodidade e a adesão são destacados pelo Dr. Larkin como os grandes benefícios deste esquema, e foram claramente observados em sua prática na Inglaterra, sem o comprometimento dos resultados do tratamento ou a tolerância do fármaco.]

No mesmo sentido, o Dr. Pedro de Marchi, oncologista clínico do Hospital de Amor de Barretos, destaca que a aprovação veio embasada por importante publicação da Dra. Georgina Long no Annals of Oncology, em 2018, que comparou o regime de 480 mg aos esquemas anteriores, analisando tanto o perfil farmacocinético (FC) quanto dados clínicos de eficácia e segurança.

De Marchi lembra que os dados foram obtidos de mais de três mil pacientes, participantes deestudos clínicos em que recebiam nivolumabe. Os resultados dessa análise mostraram que as concentrações médias das duas estratégias eram muito similares ao longo do tratamento.

Além disso, os desfechos clínicos foram avaliados em 61 pacientes que migraram de esquemas de nivolumabe 3 mg/kg a cada duas semanas para o esquema a cada quatro semanas, durante ensaios clínicos de fase III. a frequência de eventos adversos nos indivíduos que tiveram o esquema de tratamento trocado para posologia a cada 4 semanas foi de 14,8%, com apenas 1,6% de eventos adversos graus 3 ou 4, o que se aproxima muito da incidência vista em pacientes em uso do esquema antigo.

Com essa aprovação, o novo regime a cada 4 semanas, com doses fixas de 480 mg de nivolumabe, fica disponível a todos os pacientes no Brasil que possam vir a precisar da medicação. Espera-se que essa aprovação leve a maior aderência ao tratamento e gere benefícios em comodidade e flexibilização de regimes para esses pacientes.

 

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